Zoe Bailey, de 31 anos, teve uma surpresa que mudou sua vida ao acordar de um exame médico. Ela não esperava que depois de um exame de emergência receberia a notícia de que não poderia mais ser mãe. O caso aconteceu em Manchester, na Inglaterra, onde os médicos realizaram uma cirurgia às pressas.
As dores intensas durante o período menstrual já faziam parte da vida de Zoe desde a adolescência e em 2013 ela recebeu o diagnóstico de endometriose. Após algumas pesquisas, ela entendeu que a condição poderia causar infertilidade. E por conta do tratamento da doença, ela teve de passar por uma menopausa temporária.
Os anos de tratamento passaram e Zoe continuava lidando com as fortes dores que haviam afastado ela do trabalho como cuidadora. Em 2018 seu quadro de saúde piorou, levando-a até a emergência para fazer alguns exames. Ao acordar, a mulher se viu recém-operada e sem os órgãos reprodutivos.
Ela conta qual foi sua reação quando seu sonho de viver a maternidade acabou do dia para noite. “Eu não esperava ter nenhum pedaço do meu corpo removido naquele dia, mas os médicos disseram que não tinham escolha devido à gravidade da minha condição. Fiquei tão chateada e com raiva – ainda mais pelo fato de terem me dito que não havia chance [da endometriose] voltar, pois eu havia feito uma cirurgia para removê-la”, disse ela ao Mirror.
Na tentativa de congelar os óvulos para viver a maternidade de alguma forma no futuro, ela criou um GoFundMe (plataforma para arrecadar doações), mas conseguiu menos da metade da meta. Ela conta como tudo isso afetou sua vida. “Alguns dias me sinto uma fracassada – sou uma mulher que não consegue fazer a única coisa que as mulheres devem fazer, carregar um bebê. Toda a minha vida eu quis ser mãe e ouvir que isso não seria possível me quebrou. Eu tive todos os tipos de pensamentos horríveis que passaram pela minha cabeça. Agora, eu me ressinto de todos ao meu redor que estão grávidas ou acabaram de ter um bebê”, contou ela.
Zoe conta que a batalha pela saúde não terminou ali. Em 2019 ela teve complicações e passou por uma nova cirurgia para retirada de parte do intestino e por uma ostomia, o que mudou completamente sua vida. “Acordar com a bolsa do meu lado e ver a cicatriz, sabendo que agora era a minha vida, me desanima. Isso abalou minha confiança e eu odiava olhar para o meu corpo”. Ela conta que com o passar do tempo foi se acostumando com a nova realidade. “Isso realmente me deixou perplexa sobre como tudo funcionava, mas, eventualmente, me acostumei com a presença da bolsa e ela se tornou parte de mim agora”, diz Zoe.
Ela conta também que teve uma mudança na alimentação por não poder ingerir alguns alimentos como frutas e vegetais. Outra mudança foi nas roupas que Zoe passou a usar para que a bolsa não aparecesse. “Também tive que mudar a maneira como me visto para garantir que você não veja minha bolsa através da roupa.”, contou ela.
Zoe ressalta a importância de ficar atenta à saúde assim que algo estranho começar a aparecer e diz que quer conscientizar mulheres a buscar tratamentos. “Não quero que ninguém passe pelo que passei. Tive que esperar tanto por um diagnóstico e para ser atendida. Tudo isso poderia ter sido evitado se eu tivesse sido ouvida no começo”, lamentou. “Não é apenas uma menstruação dolorosa. Ela afeta tudo: vida cotidiana, relacionamentos, minha vida sexual, a lista continua. Se ter passado por isso e compartilhar minha história significa que outras mulheres não precisarão sofrer, então terá valido a pena”, pontuou.
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