
A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) está fazendo uma pesquisa com um fitocomplexo (produto natural derivado de plantas) que possui uma ação antiviral contra o zika vírus. A pesquisa ainda está na fase de testes in vitro, mas já foi verificada uma diminuição grande da replicação do vírus depois de aplicado o fitocomplexo.
O trabalho está sendo realizado por dois grupos que trabalham juntos, um liderado por Davis Ferreira, vice-diretor do Instituto de Microbiologia da UFRJ, e o outro orientado por Edimilson Migowski, chefe do Serviço de Infectologia Pediátrica da UFRJ.
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Migowski afirmou que ainda não pode divulgar o nome da planta da qual foi derivada o fitocomplexo, pois os estudos está em andamento, mas que “a sabedoria popular já sabia que ela podia afastar o zika”. O estudo será divulgado cerca de 10 a 15 dias depois do Carnaval.
“O fitocomplexo terá duas finalidades: a terapêutica, quando se usa o medicamento pra tratar, e a profilática, quando se faz o uso contínuo do produto”, estimou o infectologista. Fazendo o uso contínuo do produto, a ação antiviral impedirá que o vírus seja replicado para mais pessoas.
Se for comprovado que o medicamento inibe a replicação, a fêmea do Aedes aegypti (mosquito transmissor do zika vírus) pode picar uma pessoa que tomou o fitocomplexo, mas ela não vai transmitir a doença, porque não portará vírus suficientes para passar a doença a outras pessoas.
“O que eu vejo de mais promissor não é nem a vacina para daqui a três ou quatro anos. É o antiviral no mês que vem”, disse Migowski.
Depois dos testes in vitro, o fitocomplexo será testado em cobaias, como fêmeas de porquinhos-da-índia, prenhas. O público-alvo, segundo o infectologista, será as gestantes.
Caso seja aprovado, o fitocomplexo será consumido via oral, funcionando como um complemento alimentar que afasta o zika. Migowski afirmou que o produto natural estará ao alcance das gestantes rapidamente, pois acredita que, se funcionar, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) dará logo o registro do medicamento.
Alerta Opas
Além da microcefalia, cientistas estudam ainda se o zika vírus desenvolve outra doença: a síndrome de Guillain-Barré. A Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), órgão vinculado à OMS (Organização Mundial da Saúde) emitiu um alerta sobre o aumento dos casos da síndrome, que gera fraqueza muscular e pode levar à paralisia, e está orientando seus Estados-membros a reforçarem a vigilância para a detecção e confirmação de casos de infectados por zika.
No Brasil, sete pacientes de Pernambuco que têm a síndrome de Guillain-Barré relataram uma infecção anterior pelo zika vírus. Na Bahia, um estudo mostrou que, de 42 pacientes registrados, 26 relataram sintomas do vírus, como febre baixa, manchas vermelhas no corpo e coceira.
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