Quando rumores sobre saúde começam a circular, é comum que preocupações reapareçam, como ocorreu recentemente em relação ao uso de paracetamol na gravidez.
Na última segunda-feira, 22, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o medicamento poderia estar associado ao autismo em crianças devido ao uso durante a gestação, o que levou especialistas a refutarem prontamente essa hipótese, conforme informações do g1.
Um estudo publicado na revista científica JAMA analisou dados de diversas crianças e encontrou resultados que contradizem a ideia dessa ligação.
Usar paracetamol na gravidez está associado ao autismo?
Em pronunciamento, Trump afirmou que grávidas deveriam limitar o uso do Tylenol (marca de paracetamol) porque a “correlação com autismo” estaria mais forte do que se imaginava. Ele recomendou que mulheres só usem quando clinicamente necessário.
Especialistas e entidades médicas imediatamente rebateram a afirmação, dizendo que não há evidência robusta de que o paracetamol cause autismo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e agências europeias também contestaram a fala do presidente.
O que os dados realmente mostram?
O estudo sueco, publicado na JAMA, analisou registros médicos de aproximadamente 2,5 milhões de crianças nascidas entre 1995 e 2019, comparando aquelas expostas e não expostas ao paracetamol durante a gravidez.
A princípio, os dados mostraram uma associação marginal entre o uso do medicamento e condições como autismo e TDAH. No entanto, ao considerar fatores genéticos, sociais e ambientais, essa ligação deixou de ser significativa. Além disso, ao comparar irmãos, onde um foi exposto ao medicamento e o outro não, os pesquisadores não encontraram evidências claras de risco aumentado.
Por que esse tipo de afirmação gera tanta polêmica?
Quando figuras públicas afirmam algo relacionado à saúde, isso pode causar medo entre gestantes, e muitas ficam inseguras sobre tomar remédio para febre ou dor. A comunicação precisa ser cuidadosa.
Além disso, em muitos casos, associações observadas em estudos epidemiológicos são confundidas com causalidade. Misturar correlação com causa direta leva a interpretações erradas e ações precipitadas.
Regras práticas e recomendações de paracetamol para grávidas
Profissionais de saúde aconselham: se precisar usar paracetamol na gravidez, faça-o apenas quando for clinicamente necessário. Use a menor dose eficaz, pelo tempo mais curto possível.
Também é crucial consultar o médico antes de tomar qualquer medicação durante a gestação. Se houver febre, isso também merece atenção, pois deixar o sintoma sem controle pode causar mais riscos do que os analgésicos usados corretamente.
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