Depois de 738 dias em poder do grupo terrorista Hamas, reféns israelenses foram libertados nesta segunda-feira (13) e começaram a retornar para Israel. As imagens dos reencontros, divulgadas pelas Forças de Defesa de Israel (IDF), mostraram abraços longos e lágrimas de alívio entre sobreviventes e familiares.
Os reféns foram entregues ao Exército israelense pela Cruz Vermelha, como parte do acordo de cessar-fogo firmado no Egito, com mediação do Catar e dos Estados Unidos.
“O mais importante é simplesmente abraçá-lo”
Um dos momentos mais comoventes foi o reencontro de Eitan Mor, libertado no primeiro grupo. Horas antes, seu pai, Zvika Mor, contou à rádio do Exército israelense que ainda não sabia o que diria ao filho, mas tinha certeza de que o primeiro gesto seria um abraço: “Ainda estamos debatendo qual será a nossa primeira frase para ele, mas o que sabemos com certeza é que começaremos com um abraço longo e forte, com um silêncio que lhe diz o quanto sentimos sua falta e o quanto estávamos preocupados. O mais importante é simplesmente abraçá-lo.”
Em nota, a família celebrou o retorno: “Nosso querido Eitan, quanto esperamos por você, quanto esperamos para finalmente vê-lo depois de dois anos.”
Mães e filhos se falam por vídeo antes da libertação
As IDF também divulgaram o reencontro entre Matan Zangauker e sua mãe, Einav Zangauker. Antes do abraço, eles conversaram por videochamada enquanto ele ainda estava em Gaza. “Vocês estão voltando para casa. Todos vocês estão voltando para casa. Não há mais guerra”, disse a mãe ao filho.
Outro momento emocionante foi o de Guy Gilboa-Dalal, que voltou a ver a família após dois anos. O pai, Ilan Dalal, declarou ao The Times of Israel: “Abraçá-lo, cheirá-lo e dizer-lhe que o pesadelo acabou.”
Ele também expressou preocupação sobre os efeitos do cativeiro: “Não sei que tipo de filho vou ter de volta e espero que ele não seja tão prejudicado a ponto de não conseguir reconstruir sua vida.”
“Depois de mais de 700 dias longos, dolorosos e angustiantes”
O grupo libertado incluía ainda Omri Miran e os gêmeos Gali e Ziv Berman. Em publicação nas redes sociais, o Exército israelense escreveu: “A espera acabou. Após 738 dias, a família de Omri Miran o tem novamente.”
As filhas pequenas de Miran, de 2 e 4 anos, foram ao hospital para abraçar o pai. A família divulgou uma nota agradecendo o reencontro: “Depois de mais de 700 dias longos, dolorosos e angustiantes, Omri finalmente receberá de Roni e Alma um abraço curativo.”
Alguns dos reféns conseguiram falar com seus familiares antes da libertação. Silvia Cunio, mãe de David e Ariel, contou ao Canal 12: “Primeiro, rejeitei a ligação porque não reconheci o número. Eles parecem perfeitamente bem. A barba de David está um pouco mais branca, mas tudo bem. Eu disse a eles que os amo.”
Acordo mediado pelo Egito e pelos EUA
O grupo armado Brigadas al-Qassam, braço militar do Hamas, afirmou em comunicado que cumpriria o acordo desde que Israel também mantivesse seus compromissos. “O inimigo não conseguiu recuperar os seus prisioneiros através da pressão militar (…). Agora, rendeu-se e recuperou os seus prisioneiros através de um acordo de troca, como a resistência prometeu desde o início”, diz o texto.
O acordo prevê a libertação de 250 prisioneiros palestinos condenados à prisão perpétua e outros 1.700 presos detidos durante o conflito.
Os primeiros reencontros marcaram não apenas o fim de um cativeiro de dor e incerteza, mas também o início de uma nova etapa de reconstrução e esperança para as famílias israelenses.