O desaparecimento de Madeleine McCann, que completa 18 anos em 2025, continua a mobilizar as autoridades de Portugal e da Alemanha. Uma nova etapa das buscas, realizada nos arredores da Praia da Luz, no Algarve, local onde a menina britânica foi vista pela última vez em 2007, terminou com a coleta de materiais que reacenderam esperanças por respostas. Entre os itens recolhidos, estão fragmentos de ossos e peças de vestuário que serão analisadas por especialistas.
Itens apreendidos serão analisados na Alemanha
Conforme divulgado pelas autoridades portuguesas, os objetos foram encontrados após uma varredura minuciosa que envolveu o uso de drones, escavadeiras e radares de solo. As buscas se concentraram em áreas próximas ao local onde o principal suspeito, Christian Brueckner, vivia na época do desaparecimento.
Agora, todos os materiais serão encaminhados para análise forense, sob a responsabilidade da polícia alemã. A expectativa é de que os resultados possam ajudar a esclarecer se há ligação entre os vestígios e o desaparecimento de Madeleine.
O passado do principal suspeito
Christian Brueckner, de 47 anos, está atualmente preso na Alemanha, cumprindo pena por outro crime: o estupro de uma idosa norte-americana no mesmo estado português, ocorrido em 2005. Apesar disso, ele ainda não foi formalmente acusado pelo desaparecimento de Madeleine.

As suspeitas contra ele se intensificaram ao longo dos anos, principalmente após diversas apreensões feitas pelas autoridades. Em uma antiga fábrica de caixas que ele adquiriu em 2008, investigadores encontraram centenas de objetos infantis, incluindo roupas de banho, brinquedos, bicicletas e até máscaras. O material levanta dúvidas sobre o comportamento de Brueckner e o possível envolvimento com outros crimes.
Armas, substâncias químicas e arquivos
Em outra operação, realizada em 2016 na Alemanha, promotores descobriram um esconderijo em uma das propriedades do suspeito, onde estavam guardados cartões de memória e pen drives com imagens altamente sensíveis. O material estava enterrado junto ao corpo de um cachorro. Nos dispositivos, havia registros de abuso infantil, conversas com outros criminosos e até relatos detalhados de sequestros.
Também foram localizadas armas de fogo ilegais, munições e substâncias químicas perigosas como clorofórmio e éter, com potencial para causar desmaios. Esses achados alimentam a hipótese de que Brueckner pode ter cometido crimes ainda mais graves.
Polícia reforça convicção
Apesar de não haver, até o momento, provas conclusivas, o promotor Hans Christian Wolters afirmou que há evidências suficientes para sustentar a principal linha de investigação: “Temos fortes indícios de que Madeleine McCann está morta e que nosso suspeito a matou. Não temos o corpo, nem partes do corpo, mas temos provas suficientes para dizer que nosso suspeito matou Madeleine McCann”, disse ao programa australiano 60 Minutes.
Ele também explicou que os pais de Madeleine foram informados sobre o andamento das investigações, mas que detalhes mais delicados ainda não foram compartilhados com eles.
Pais continuam esperando por respostas
A família de Madeleine segue acompanhando as investigações com esperança e dor. Desde 2007, o caso gerou comoção internacional, e até hoje há quem torça por um desfecho que traga paz, mesmo que tardia.
Enquanto a análise dos novos materiais não for concluída, resta aguardar. Mas o que se sabe até agora é que os promotores seguem convictos da responsabilidade de Brueckner e esperam que, em breve, haja elementos suficientes para finalmente formalizar uma acusação.