O pedido de anulação de paternidade de Cristian Cravinhos, condenado por envolvimento no assassinato dos pais de Suzane Von Richthofen, será analisado nesta terça-feira, 18 de fevereiro, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O filho de Cristian, que tinha apenas três anos na época do crime, busca formalmente extinguir qualquer vínculo com seu pai, que cumpre pena por homicídio desde 2006.
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O que está em jogo neste processo é a tentativa de desvinculação legal do rapaz de sua identidade paterna. Em 2009, o filho de Cristian já havia solicitado a retirada do sobrenome do pai e a anulação de sua paternidade com base em argumentos de abandono afetivo. Esse pedido foi atendido pela Justiça do Paraná, mas a decisão foi contestada por Cristian, que recorreu ao STJ, levando a nova análise do caso.
De acordo com o site Metrópoles, no processo o jovem declara sentir vergonha de seu pai e explica que o crime cometido por ele afetou profundamente sua vida, causando estigma e repercussões negativas. A história ligada ao caso Richthofen, um dos mais polêmicos e conhecidos do Brasil, ainda gera grande impacto emocional para os envolvidos, especialmente para os filhos dos condenados.
Após mais de 20 anos do caso, o homem diz que fica constrangido sempre que precisa mostrar os documentos com o nome do pai para alguém. “Tenho vergonha”, disse ele à Justiça, na ação. Além disso, o filho conta que nunca teve qualquer laço afetivo com Cravinhos, já que ele e sua mãe nunca moraram juntos mais do que 5 meses. A última vez que o homem encontrou o pai foi em 2010, no presídio de Tremembé, em São Paulo.
Relembre o caso
O crime que ficou marcado no Brasil ocorreu na noite de 31 de outubro de 2002, quando os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, junto de Suzane Von Richthofen, assassinaram os pais dela, Manfred e Marísia. A motivação para o crime foi a desaprovação da família de Suzane em relação ao relacionamento dela com Daniel. O trio planejou o assassinato, que foi realizado de forma brutal, com pauladas, e foi orquestrado por Suzane.
Em 2006, o julgamento resultou na condenação dos envolvidos: Suzane e Daniel receberam penas de 39 anos e seis meses, enquanto Cristian foi sentenciado a 38 anos e seis meses. Enquanto Suzane e Daniel cumprem pena em liberdade condicional, Cristian Cravinhos continua detido.
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A situação atual de Cristian Cravinhos
Atualmente, Cristian é o único membro do trio ainda preso. Ele cumpre pena na Penitenciária de Tremembé, após um período em que obteve direito à liberdade condicional em 2018, mas foi reincidido e voltou à prisão por violar as regras do sistema penitenciário. Em janeiro deste ano, Cristian solicitou novamente a progressão para o regime aberto, mas o Ministério Público se manifestou contra o pedido. O MP alegou que ele ainda apresenta comportamentos disfuncionais de personalidade, como rigidez emocional e controle excessivo, o que dificultaria sua reintegração à sociedade.
Este novo capítulo jurídico envolvendo o filho de Cristian Cravinhos, em busca da anulação de sua paternidade, traz à tona não só as consequências jurídicas do crime, mas também o impacto psicológico que ele teve sobre a vida dos envolvidos, especialmente daqueles que, de alguma forma, ainda carregam o peso da história familiar. O caso deixou marcas permanentes no jovem, que não tem o nome revelado.