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Clovis de Barros Filho: filósofo fala sobre aquilo que todo mundo gosta, a felicidade

Por Redação Pais&Filhos
19/12/2013
Em Notícias

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Ele ficou famoso em outubro, depois de uma entrevista no Programa do Jô, em que falava sobre a descoberta da felicidade. Já era sua segunda vez no programa e ele já tinha 30 anos de carreira, mas o que tornou Clovis de Barros Filho uma estrela nacional apenas agora foi a internet – uma das cópias do vídeo publicada no Facebook passou de 300 mil compartilhamentos. “O momento da felicidade é um momento que você não gostaria que acabasse tão cedo. Quando você descobre qual é a sua praia, é muito legal viver. Você não quer que a vida acabe. Tomara que essa entrevista seja para vocês um instante de vida feliz”, disse ele no programa. Clovis descobriu a felicidade aos 14 anos, apresentando um trabalho para a sala de aula. Não queria parar de falar para a turma e, ali, entendeu que seria professor. Antes desse talento se concretizar, formou-se em Jornalismo e Direito, trabalhou no Senado e estudou filosofia. Hoje, é professor, consultor de ética da Unesco, e, só no ano passado, deu 304 palestras. Estuda no avião, no bar, escuta aulas de filosofia pelo iPod e dorme quatro horas por dia. A gente não queria que a entrevista acabasse.

Você é casado com a segunda mulher?

Sim, há 15 anos, com a mãe da minha filha caçula. Quando o meu primeiro filho nasceu, eu tinha 22 anos, era estudante e morava na França.

Ele é francês?

Ele nasceu na França, mas optou pela cidadania brasileira. As condições financeiras eram muito precárias, e essa foi a realidade da Raíssa, minha segunda filha. A minha situação mudou muito de seis ou sete anos pra cá. A Natália, que é a última, já pegou outra realidade. E o pai mais velho, isso faz bastante diferença. Faz mesmo. Ela faz ballet, inglês, natação. Os outros dois tiveram uma trajetória mais humilde. Hoje, a do meio mora na França, o mais velho mora sozinho e a mais nova ainda mora comigo, ainda é criança. Cada vez mais eu sou obrigado a dizer que a Natália, de 11 anos, é uma criança. O que me preocupa, porque é sinal que não é óbvio, né?

A gente está colocando essas crianças como adultos muito rápido, você não acha?

Sim. Por isso mesmo essa experiência de pai dela me encanta. E me encanta tanto que eu não dei por encerrado o expediente.

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Está grávido?

Não, mas acho que cabe um quarto filho. A minha esposa tem 40 anos, eu faço 48 hoje. Estamos inclinados a ter mais um filho.

Conta um pouco a diferença do pai de 22 anos e do pai de 48 anos

Sem dúvida, no primeiro filho a diferença de idade era tão pouca que eu acho que muitos dos atributos da paternidade eu não consegui direito levar a cabo. Autoridade, impor limites, disciplina… Havia, por outro lado, muito companheirismo, fraternidade mesmo, estar o tempo inteiro jogando bola junto, brincando. Foi quando o meu filho nasceu que mais brinquei.

Você é mais jovem hoje do que já foi?

Era mais jovem quando o meu filho nasceu, com 22, do que com 14, por exemplo. Sempre fui de estudar muito. E, por outro lado, tenho certeza de que poderia ter sido mais rigoroso em muita coisa que não fui. Hoje percebo que a Natália tem uma educação completamente diferente da dos dois primeiros. É uma educação mais atenta, mais distanciada, mais responsável. Sou um pai muito melhor pra Natália.

No entanto, também deve ser muito interessante ser tão moço e ter filhos grandes, porque eles ainda precisam de pai…

Somos parceiros. O meu filho já trabalhou aqui no escritório comigo, vendendo minhas palestras. E o relacionamento é ótimo. Escuto muito mais do que falo, e ele se sente à vontade para dizer o que pensa, pra dar palpite. Temos um relacionamento de grande amizade.

Escutar é importante para ser um bom pai?

Muito. Primeiro porque você cria no filho o hábito de verbalizar os afetos, de dizer com clareza ‘olha, isso me alegrou’ ou ‘isso me entristeceu’, ‘eu espero isso’, ‘eu temo aquilo’. Saber escutar é condição para gerar gente com confiança pra falar. É dialogar. O diálogo pressupõe você estar disposto a refazer seu ponto de vista a partir do que o outro diz. Senão, é monólogo. Sobretudo porque, querendo ou não, você exerce um poder que é muitas vezes decorrente da dificuldade de autonomia financeira que os jovens têm hoje.

Você sente que o mundo ficou mais complicado para isso?

Sinto. Não usar o capital como forma de tirania é um exercício muito difícil. A gente tende a querer fazer prevalecer o nosso ponto de vista e, muitas vezes, ceder, mesmo pagando, é uma atitude louvável.

E atitude boa pra gente, porque a gente é quem cresce. As pessoas falam muito que filho não vem com bula e nós achamos que tem.

O processo de educação é complexo. O tempo inteiro você tem de fazer escolhas. É preciso assumir riscos. O papel do pai é não deixar a libido correr solta. E todo o trabalho de direcionamento é um trabalho que envolve dor, tristeza, restrição, privação etc. Então as decisões são tomadas muitas vezes ao arrepio do prazer mais imediato. E isso gera insatisfação. Está embutido no papel de pai produzir tristezas em série. Hoje, as pessoas estão muito pouco dispostas a aceitar a contrariedade e isso é muito claro na camada mais jovem. Então muitas vezes os pais acabam reféns dessa necessidade de agradar sempre. Quando você se torna refém da necessidade de agradar, seu papel como educador desaparece.

Ou, pior, você cria um mimado.

Como dizia a minha mãe: se não apanhar em casa, vai apanhar fora. No conflito entre a ordem social e aquilo que você quer, vai prevalecer a ordem social. E o papel da família é preparar o candidato a viver na civilização para essa dura realidade. Quando essa etapa é pulada, a dor é maior depois. Por outro lado, a família é um espaço de amor, de ter gosto com a alegria do outro. É preciso que haja preocupação em diminuir o seu sofrimento. Uma família em que a tristeza do outro é indiferente ou é comemorada, tornou-se um agrupamento nada familiar. Se na família prevalecer o próprio umbigo, ou o umbigo de cada um, então aquela reunião de pessoas não entendeu nada.

Você teve um pai e uma mãe ótimos, pelo jeito. Como era a família de onde você veio?

Eu era filho único. Meu pai era muito presente e minha mãe, uma dona de casa tradicional. Meu pai trabalhava em regime de plantão, era da polícia científica. Ele me levava na escola, me levava pra nadar. E tinha um olhar muito competitivo sobre a vida, o que de certa maneira me preparou muito para o que eu ia encontrar depois. A frase que ele costumava dizer, “pra trás nem pra pegar impulso”, é justamente essa ideia de que uma vez tomada uma decisão não tem jeito, tem que ir de cabeça.

Como foi a decisão de ser professor?

Surgiu já na escola, era uma certeza quase infantil. Eu me divertia toda vez que eu era convidado a substituir os professores. E como eu fazia isso com muita graça, os meus colegas pediam sistematicamente para eu imitar os professores na hora do intervalo. Eu fazia espetáculos paralelos, cheguei a ser eleito o orador oficial da turma para imitar um professor. Depois estudei Jornalismo, Direito e Filosofia. Claro que o professor tem de ter o que ensinar. Além de tudo, gosto muito do conteúdo mesmo. Hoje o Brasil respeita muito pouco o professor. É preciso que o critério da escolha sejam os instantes de alegria que você experimenta. A sociedade não aplaude mesmo, em especial a nossa.

Na sua infância era diferente?

Eu nasci no Rio de Janeiro, e na esquina da rua onde eu morava tinha a casa do professor. A gente a apontava e achava o máximo. A situação é cada dia pior. Hoje, o professor apanha na sala de aula, ganha uma miséria. O salário é um indicativo muito forte do que a sociedade pensa sobre a importância daquele profissional. Pra escolher isso, é preciso mesmo um chamado dos próprios talentos. É preciso subir na sala de aula e delirar, gozar. É o meu caso. Trabalhei em Brasília escrevendo leis no Senado e larguei. Ninguém larga um emprego no Senado. É preciso ser um psicopata…

Um psicopata feliz, né?

É preciso acreditar muito no que você está fazendo, porque todo mundo vira as costas. Se meu pai tivesse me assistido no Programa do Jô, ele deliraria, claro. Mas, quando optei por esse caminho, ele quase ficou sem falar comigo. Sobretudo porque eu já tinha filho. É o tipo de decisão até eticamente questionável. Até que ponto você tem o direito de apostar nos próprios talentos quando tem gente que depende economicamente de você?

Como um pai professor, você interfere na relação com a escola da sua filha?

Procuro não interferir, senão isso vai causar uma confusão terrível.

Você se controla…

Na outra entrevista que dei no Jô, o tema era as câmeras dentro das salas de aula. E, curiosamente, em São Paulo a primeira escola que veio com essa história foi a que a minha filha estuda. Me peguei falando na TV contra uma medida da escola. Expliquei que a moral é justamente aquilo que você impõe a você mesmo quando não tem ninguém olhando. Então a escola perde a oportunidade de dar uma formação moral, fazendo acreditar que você só deve se comportar bem quando tem alguém olhando.

O que você quer para seus filhos?

Eu penso muito pouco no que vai acontecer e penso muito no que está acontecendo. Pois que possam desfrutar, viver, gozar, estar bem onde eles estão. Que o valor da vida não seja dado numa trajetória de 80 anos, mas que seja dado ali, instante a instante, no convívio, no abraço. De preferência com a minha presença. Sempre achei muito estúpido que a gente olhe para os filhos com a única perspectiva de vê-los formados na faculdade, trabalhando, casados, com filhos. Seria muito melhor que canalizássemos nossa energia para fazê-los sorrir já.

Família é tudo?

Pra mim é. Agora com esse negócio de dar palestra, viajo todo dia. E volto pra casa independentemente de onde eu esteja. Acho que a questão de estar em casa, de se relacionar com essas pessoas, de cuidar delas, é o que existe de mais importante. É a grande motivação pra todo o resto. É a motivação para continuar vivo, para ser eficaz no trabalho, ganhar dinheiro, que é para proporcionar às pessoas que você ama uma vida confortável. Tudo gira em torno da família.

Como aproveitar melhor a infância com os filhos?

Na infância você está jogando bola e não quer que o jogo acabe, você está se divertindo na praia e não quer ir embora. São instantes de vida feliz. À medida que você vai se deixando escravizar pela agenda, vai dando lugar a uma organização em que o futuro tiraniza. É o que os pedagogos chamam de maturidade. A maturidade do pedagogo é o princípio da vida triste. Qual é o papel da educação familiar? Claro que é preciso preparar pra vida adulta, mas também é preciso deixar que os instantes se eternizem. Como é bom estar aqui, por isso vou ficar mais um pouco. Pois então fique!

Tags: Entrevistas
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