A missão Blue Ghost, iniciativa de viagem espacial para a exploração da Lua está nos dando uma visão única do nosso satélite natural e fotos impressionantes divulgadas pelo módulo lunar mostram detalhes que não são visíveis na Terra.
A chegada do Blue Ghost à Lua
A missão começou em 8 de fevereiro, quando a nave deixou a órbita da Terra para iniciar sua jornada até a Lua, uma distância de cerca de 384.400 quilômetros. O módulo Blue Ghost, da empresa americana Firefly Aerospace, entrou em órbita lunar com sucesso no dia 13 de fevereiro. O que aconteceu depois disso foi algo que muitos consideram um verdadeiro marco na exploração espacial: imagens impressionantes da face oculta da Lua, que não podem ser vistas da nossa superfície.

A nave passou de uma órbita elíptica alta para uma mais baixa, a apenas 120 quilômetros da superfície lunar, e com isso, começaram a aparecer imagens incríveis, mostrando as crateras e as rochas da Lua. E o mais interessante é que, além da paisagem rochosa, o Blue Ghost também capturou imagens do polo sul lunar, uma região da Lua que nunca pode ser vista diretamente da Terra.
A missão e os próximos passos
Joseph Marlin, engenheiro-chefe adjunto do Blue Ghost, não escondeu sua empolgação ao falar sobre o que viram até agora. “As últimas filmagens da Lua são completamente surreais”, disse ele. Atualmente, a nave está na metade de sua órbita de 16 dias, e o objetivo agora é tentar realizar uma descida à superfície lunar no dia 2 de março, mas o que o Blue Ghost fará ao chegar lá? O módulo lunar transporta nada menos do que dez instrumentos científicos e tecnológicos da NASA, como parte da iniciativa CLPS (Commercial Lunar Payload Services), que visa fortalecer a exploração lunar e, eventualmente, preparar missões para Marte.
Essa missão não se resume apenas a fotografias e vídeos; o Blue Ghost tem um papel importante na coleta de dados sobre o subsolo lunar. Entre os objetivos da missão está a análise de poeira e regolito lunar, que são as rochas soltas e fragmentos minerais que cobrem a superfície da Lua. Esses dados serão essenciais para futuras missões à Lua e até mesmo para missões tripuladas a Marte. A nave irá operar por cerca de duas semanas, transmitindo informações valiosas para a Terra.
I love you to the Moon, but not back – I'm staying there," 💙 Blue Ghost. We captured our first shots of the Moon following a successful Lunar Orbit Insertion. The lander will soon begin to circularize its orbit in preparation for landing on March 2. #BGM1 pic.twitter.com/2FclZ1hnvb
— Firefly Aerospace (@Firefly_Space) February 14, 2025
Os mistérios da Lua e o impacto da missão
O módulo lunar Blue Ghost tem a missão de pousar na borda extrema leste do lado próximo da Lua, perto de Mons Latreille. Essa região é uma antiga característica vulcânica e está localizada em uma bacia chamada Mare Crisium, ou “Mar das Crises”. Esse será o local onde o Blue Ghost realizará operações por um dia lunar (cerca de 14 dias terrestres), e após isso, enfrentará a noite lunar, marcada por temperaturas extremamente frias e escuridão. Nessa fase, as operações terão que ser suspensas devido às condições desafiadoras.
Em 14 de março, a nave deverá capturar um eclipse solar raro, que acontecerá da perspectiva da Lua, quando a Terra bloqueará a luz solar por cerca de cinco horas. E não para por aí: no dia 16 de março, a nave deve registrar o pôr do sol lunar, um espetáculo visual. Além disso, espera-se que o Blue Ghost capture um fenômeno raro, chamado levitação de poeira lunar, que ocorre quando a poeira parece flutuar acima da superfície lunar. Esse fenômeno foi observado pela última vez durante a missão Apollo.