O Brasil se prepara para enfrentar uma onda de calor extrema entre os dias 12 e 21 de fevereiro, afetando especialmente as regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Nordeste. As temperaturas nas cidades dessas regiões devem subir consideravelmente, e, em alguns casos, as sensações térmicas podem atingir níveis assustadores, chegando a até 70°C. O fenômeno foi previsto com base na tabela de Climatologia Aplicada da Universidade de São Paulo (USP), que utiliza uma combinação de fatores, como temperatura e umidade relativa do ar, para calcular o desconforto térmico experimentado pela população.
O que define a sensação térmica?
Diferente da simples leitura da temperatura no termômetro, a sensação térmica leva em conta não apenas o calor, mas também a umidade do ar, que pode intensificar a sensação de calor. Em um cenário de alta umidade, mesmo que a temperatura não seja extremamente alta, o corpo humano tem mais dificuldades para se resfriar, o que faz com que a sensação de calor seja muito mais intensa. Para exemplificar, quando a temperatura é de 38°C e a umidade atinge 60%, a sensação térmica pode ser de 55°C. E em uma situação com 41°C de temperatura e 40% de umidade, a sensação térmica ainda pode chegar a 53°C.
Com base nesse cálculo, a previsão de calor intenso nos próximos dias pode ser ainda mais impactante do que os termômetros indicam, devido à alta umidade, que contribuirá para uma sensação térmica extremamente desconfortável em várias cidades brasileiras.
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A previsão para as principais capitais
A cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, está entre os locais onde a sensação térmica pode alcançar níveis perigosos. Para a terça-feira, 11 de fevereiro, os termômetros podem registrar uma máxima de 39°C, com a umidade do ar atingindo picos de 95%. De acordo com a tabela de Climatologia Aplicada da USP, isso pode resultar em uma sensação térmica de até 70°C. Essa combinação de calor intenso e umidade elevada cria condições extremas, que podem representar riscos à saúde da população.
Em São Paulo, a previsão para os dias 12 e 13 de fevereiro indica que as temperaturas podem alcançar entre 34°C e 35°C, com a umidade do ar rondando os 85%. Sob essas condições, a sensação térmica na cidade pode chegar a 56°C, um valor preocupante, que exige cuidados redobrados, especialmente para aqueles que precisam se expor ao ar livre.
No Rio de Janeiro, a situação também não é menos intensa. A previsão é de temperaturas chegando a 39°C na quarta e quinta-feira, dias 12 e 13 de fevereiro, e com a umidade do ar alcançando até 88%. Isso pode resultar em uma sensação térmica de 66°C, o que representa um enorme desconforto para os cariocas. A combinação entre altas temperaturas e umidade excessiva deve se manter durante a semana, aumentando o risco de desidratação, insolação e outros problemas relacionados ao calor extremo.
O que esperar dos próximos dias?
De acordo com a projeção da Climatologia Aplicada da USP, o Brasil vivenciará um dos períodos de calor mais intensos dos últimos anos. As altas temperaturas e a umidade elevada serão os principais responsáveis pela sensação térmica extrema em várias regiões do país, especialmente nas capitais mencionadas. Este calor excessivo pode afetar diretamente o bem-estar da população, tornando atividades ao ar livre, como o trabalho e o lazer, ainda mais difíceis e até perigosas.
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Impactos na saúde e cuidados necessários
Em um período como esse, a exposição ao calor intenso pode ser prejudicial à saúde, principalmente para grupos vulneráveis como crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios ou cardíacos. A desidratação e a insolação são os riscos mais comuns durante ondas de calor, e a sensação térmica pode agravar esses problemas. A umidade elevada dificulta a evaporação do suor, processo natural do corpo para resfriamento, o que torna o corpo ainda mais propenso ao superaquecimento.
Por isso, é essencial que a população tome precauções durante esse período de calor extremo. Manter-se hidratado, evitar a exposição direta ao sol, utilizar roupas leves e claras, e procurar lugares frescos sempre que possível são algumas das medidas mais recomendadas. Além disso, especialistas em saúde alertam para a importância de evitar atividades físicas intensas ao ar livre, principalmente nos horários de pico do calor, entre 10h e 16h.
Como o calor extremo afeta o cotidiano?
As altas temperaturas não afetam apenas a saúde, mas também a rotina das cidades. Em locais como Porto Alegre, onde a sensação térmica pode ultrapassar os 70°C, escolas tiveram que adiar o início das aulas devido à previsão de calor extremo. O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul acatou o pedido do Centro dos Professores Estaduais do Rio Grande do Sul (CPERS Sindicato) para suspender a primeira semana de aulas nas 2.320 escolas estaduais do estado, em função dos riscos que o calor excessivo representa para estudantes e profissionais da educação.
Além disso, a alta demanda por energia elétrica devido ao uso excessivo de aparelhos de ar-condicionado pode resultar em sobrecarga nas redes de distribuição, com riscos de apagões, como já aconteceu em algumas regiões do Brasil durante ondas de calor no passado.