
“Guardar os sentimentos não faz com que eles desapareceram”. Seguindo esse princípio, a psicóloga especialista em família Renata Bento, mãe do João Pedro e do Eduardo, lembra a importância de extravasar de alguma forma.
Quando a mulher se torna mãe, é comum que o foco seja direcionado para o bebê e isso faz com que ela não se sinta no direito de assumir que também precisa de atenção. Por isso, a especialista enfatiza: “Não existe super mulher e nem super mãe”.
É importante ter um espaço para falar das inseguranças e angústias da maternidade. Ter uma rede de apoio facilita a mãe encontrar o seu próprio estilo materno, por isso ela elogia a iniciativa do site Antes de Mim, que destina um local para que as mães possam escrever sobre os pensamentos anonimamente.
“O fato da mulher não se identificar possibilita a exposição do problema e não a exposição pessoal”, acrescenta. E as outras que acompanham as publicações podem se identificar e entender que não é um sentimento exclusivo.
Como a maternidade é um momento da vida bastante idealizado, essa conversa se torna fundamental. “Encontrar outras mães que de forma verdadeira possam trocar experiências boas e ruins é um alento e poderá ser enriquecedor”, conta.
Considerando que outras mulheres podem reagir aos comentários com “Eu também”, “Abraçar” ou “Curtir”, fica ainda mais interessante a troca. Esse espaço possibilita a circulação de novas ideias e perspectivas.
Mas muito além da ajuda como grupo, há a ajuda individual. “Ter a noção da próprias dificuldades e conversar sobre elas é mais do que meio caminho andado para buscar formas de administrar e resolver”, opina.
É normal que as pessoas tenham vergonha em reconhecer os sentimentos, principalmente os que são considerados negativos e expor eles permite que não fuja. Além de ser uma forma de reavaliar essas emoções.
Mas Renata faz questão de ressaltar que desabafar não significa tratar o problema. Para ajudar de fato a mãe a ver as questões positivas dentro das dificuldades da maternidade, a melhor saída é procurar um especialista e seguir o cuidado indicado.
Por hora, a psicóloga dá quatro dicas para melhorar a relação familiar:
- Ter tempo para si mesma: é preciso reservar um tempo para fazer coisas que te dêem prazer;
- A conversa em casa é essencial: é importante separar um tempo para conversar;
- Ser casal e ser mãe e pai: os casais precisam de um momento juntos para falar sobre assuntos que não dizem respeito ao filho;
- Ter a mesma conduta educacional com os filhos: os pais podem discordar, mas é importante que sigam as mesmas regras com a criança.
Por fim, Renata comenta que falar sobre a dor pode ajudar a ressignificar esse trauma e, apesar dele, experimentar a vida com mais alegria. “Não é fraqueza demonstrar sentimentos. Ao saber sobre cada um deles, a pessoa se torna mais forte”, conclui.
Leia também:
Empreendedora vende roupas do filho online depois de esperar 18 anos para se tornar mãe
Mãe de gêmeos decide desapegar online: “Empreender faz bem para o nosso espírito”
Mãe une desapego e sustentabilidade criando loja em brechó online