À medida que as temperaturas caem e o ar se torna mais seco, especialmente no outono e no inverno, os cuidados com a saúde das crianças se tornam ainda mais importantes. Esse período do ano, marcado por mudanças climáticas bruscas e maior circulação de vírus e bactérias, pode comprometer as defesas naturais do corpo, especialmente nas crianças que passam longos períodos em ambientes escolares, em contato com outras.
Mudanças climáticas e impactos na saúde
Os meses mais frios trazem consigo não apenas casacos e cobertores, mas também um aumento na incidência de doenças respiratórias. A combinação entre clima seco, variações de temperatura e maior convivência em ambientes fechados favorece a propagação de agentes infecciosos. Nesse cenário, manter o sistema imune funcionando adequadamente é uma das principais formas de proteção.
Medidas simples do dia a dia têm um papel significativo na proteção contra infecções. Manter uma alimentação nutritiva, com ênfase em frutas, verduras e legumes, garantir que as crianças bebam bastante água, tenham noites de sono reparadoras e sigam rotinas de higiene adequadas são atitudes que contribuem para fortalecer o sistema imunológico.
Esses hábitos criam uma base sólida para o desenvolvimento saudável e ajudam o corpo a enfrentar com mais eficiência os desafios impostos pelas estações frias.

Imunomoduladores: reforço estratégico para o sistema imune
Além de um estilo de vida saudável, médicos podem recomendar o uso de imunomoduladores, medicamentos desenvolvidos com fragmentos de bactérias inativadas que estimulam as células de defesa do organismo. Esses compostos atuam como um “treinamento” para o sistema imune, preparando-o para responder de maneira mais eficaz diante de uma ameaça real.
De acordo com a Dra. Ana Paula Castro, especialista em alergia e imunologia, “o uso de imunomoduladores permite uma ativação preventiva do sistema imunológico. Eles atuam nas células apresentadoras de antígenos, que identificam e reagem a agentes invasores, ajudando a reduzir a gravidade e a frequência das infecções respiratórias”.
O tratamento, geralmente feito em ciclos de três meses, pode ser um importante aliado na prevenção de problemas como otites, amigdalites, bronquites e sinusites, comuns durante as estações frias.
A diferença entre imunomoduladores e antibióticos
É importante destacar que os imunomoduladores não são medicamentos que combatem infecções diretamente, como os antibióticos. Eles atuam de forma preventiva, reduzindo a incidência de doenças e, por consequência, diminuindo a necessidade de tratamentos antibióticos — uma prática que deve ser cuidadosamente avaliada pelos profissionais de saúde.
A Dra. Ana Paula também alerta sobre o uso frequente e muitas vezes inadequado dos antibióticos na infância: “Cerca de 75% das prescrições de antibióticos são destinadas a crianças, muitas vezes por infecções recorrentes. O uso prolongado pode levar ao desenvolvimento de resistência bacteriana, tornando o tratamento de infecções futuras mais difícil. É essencial que antibióticos sejam prescritos e utilizados de forma responsável”, enfatiza.
Cuidado contínuo com foco na prevenção
Com o apoio da medicina preventiva e de práticas saudáveis no dia a dia, é possível reduzir significativamente o número de infecções respiratórias em crianças, proporcionando uma infância com mais saúde e menos interrupções. O fortalecimento da imunidade deve ser encarado como uma prioridade, especialmente nas estações mais desafiadoras do ano.