A influenciadora Maíra Cardi compartilhou recentemente com seus seguidores uma notícia delicada: foi diagnosticada com trombofilia logo após descobrir a nova gestação. Em um vídeo no TikTok, ela contou que o susto foi grande, mas que já está em boas mãos e seguindo o tratamento certinho. “Comecei a me informar sobre a condição, entender direitinho o que estava acontecendo, e isso me deixou muito mais tranquila”, disse Maíra, em tom confiante.
Mas afinal, o que é trombofilia? Como ela afeta a gravidez? E o que fazer para proteger mãe e bebê? Explicamos tudo com a ajuda de especialistas.
O que é a trombofilia
De forma simples, trombofilia é uma predisposição do organismo a formar coágulos de sangue com mais facilidade do que o normal. Isso pode prejudicar a circulação e, em alguns casos, gerar complicações. “A trombofilia não é sinônimo de trombose”, esclarece a Dra. Aline Lamaita, cirurgiã vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. “Você pode ter trombofilia e nunca desenvolver trombose. E o contrário também é verdadeiro.”
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Durante a gestação, tudo muda no corpo da mulher, inclusive o sistema circulatório. E é aí que a trombofilia pode se tornar uma preocupação maior.
“As alterações causadas pela trombofilia podem reduzir o fluxo de sangue para a placenta”, explica o Dr. Rodrigo Rosa pai de Giovanna e Rafael, colunista da Pais&Filhos, ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. “Isso pode afetar o desenvolvimento do bebê, provocar parto prematuro e até aumentar o risco de aborto.”
O problema invisível: quando não há sintomas
Identificar a trombofilia nem sempre é tarefa fácil. Muitas vezes, ela nem dá as caras. “A condição pode ser completamente silenciosa”, alerta a Dra. Aline. “Mas quando há sinais, eles incluem inchaço persistente, dor, mudança na coloração e aumento da temperatura, especialmente nas pernas.”
Por isso, quem tem histórico de abortos, tromboses ou casos na família deve acender o sinal de alerta e procurar avaliação médica. E atenção: o diagnóstico também pode surgir durante tentativas frustradas de fertilização in vitro (FIV). “O aumento do risco de formação de coágulos pode dificultar a implantação do embrião”, completa o Dr. Rodrigo.
Como tratar e manter a gravidez segura
Se a trombofilia for confirmada, nada de pânico. O tratamento existe e é eficaz. “Podemos usar anticoagulantes, como a heparina, e recomendar mudanças no estilo de vida”, afirma a Dra. Aline. “Isso inclui parar de fumar, evitar álcool, beber muita água, manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios e não ficar muito tempo na mesma posição.”
O excesso de peso também entra na lista de vilões, pois dificulta a circulação e aumenta os riscos. Por isso, manter o corpo em movimento é essencial.
Calma, não precisa desistir do sonho da maternidade. “Após o início do tratamento, a fertilização in vitro pode ser uma alternativa segura para mulheres com trombofilia”, diz o Dr. Rodrigo. “Assim conseguimos monitorar tudo de perto.”
A importância do pré-natal reforçado
Mesmo com todos os cuidados, a gestação em mulheres com trombofilia é considerada de alto risco. Por isso, nada substitui o acompanhamento médico de perto. “O ideal é um pré-natal rigoroso, com suporte de obstetra e vascular”, orienta o Dr. Rodrigo. “Em casos mais delicados, o uso de anticoagulantes pode ser mantido durante toda a gestação.”
Já quando os riscos são menores, o foco é redobrar o cuidado e manter um estilo de vida saudável. “Com o suporte certo, é possível viver uma gravidez segura e tranquila”, conclui a Dra. Aline.