“Já tive muitos problemas na vida, e alguns até aconteceram” (Mark Twain)
Pesquisas recentes falam do crescimento e transtornos mentais, principalmente no Brasil, como ansiedade, depressão nos mais variados ambientes.
Durante algum tempo acreditei que este crescimento era devido ao simples fato de estarmos desenvolvendo nossa capacidade de diagnosticar, melhorando as descrições técnicas sobre estes problemas, porém atualmente este argumento não se sustenta.
Paradoxalmente temos uma grande evolução nas condições de vida, de saúde, de transporte, de ensino, e quando se esperava que este progresso traria mais tranquilidade a sociedade como um todo, isto não se verifica. Casais que antes tinham 4, 5, 6 filhos, não sofriam tanto como hoje casais com um ou dois filhos que sofrem com sobrecarga de responsabilidade, com excesso de preocupações com sono, alimentação etc. Grande parte dos países desenvolvidos tem um índice de natalidade inferior a 2.1, que é o mínimo para a manutenção da população. Qual o significado disto?
Este paradoxo, mais facilidades, menor sensação de proteção, mais conhecimento, mais ansiedade, novos e mais tratamentos para problemas antes insolúveis, mais medo das doenças, merece uma reflexão mais profunda de todos nós.

Vemos pais e mães sofrendo com pequenos problemas, torturados pela inversão entre exceção e a regra. A regra é que as pessoas vivem mais, adoecem menos, se acidentam menos, a mortalidade infantil diminui a cada dia e que a expectativa de vida de quem nasce hoje deverá superar os cem anos. A exceção está no adoecimento, nos acidentes, nos grandes problemas. Estes são dados objetivos que não dependem de interpretações e por que tanta ansiedade na criação de filhos?
Pesquisa feita no Japão, comparando a sensação de felicidade em sua população após guerra e recentemente mostra que a sensação de felicidade não mudou mesmo após toda a evolução conquistada no período. Podemos concluir que o mesmo acontece entre nós, onde a sensação de tranquilidade ante a evolução não aumenta com o progresso obtido, pelo contrário piorou. Por que então?
Existe diferença entre o fato e a notícia do fato, entre a pesquisa e a comunicação dela, de tal forma que a informação que deveria acalmar, gera ansiedade. Vejo profissionais e meios de comunicação que mostram os perigos com tal grau de fatalidade, valorizando mais a exceção que a regra, criam o medo e problematizam os possíveis problemas que os pais e mães passam a pensar que os problemas rondam as suas portas. A verdade é que temos muito mais motivos para nos tranquilizar que para nos desesperar embora causar desespero proporcione mais Ibope. Não faz sentido sobrecarregar os pais de responsabilidades, medos e sentimento de culpa como se uma pequena falha, fosse determinar o fracasso ou a perda da criança. Calma pessoal, existem problemas em potencial, porém temos a cada dia mais e melhores soluções.
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