Recentemente circulou nas mídias sociais a fala de uma conhecida atriz sobre o ciúme manifestado por um de seus filhos. Muito oportuna a manifestação dela, na medida que esta é uma situação frequente e preocupante que pode trazer dificuldades em lidar com a situação e tem a potencialidade para causar problemas dentro da família. Conversarmos sobre o assunto pode minimizar os problemas decorrentes desse ciúme. A história mostra conflitos, crimes e violência entre irmãos com consequências terríveis para a sociedade como famílias destruídas por competição entre irmãos e rupturas graves ante a divisão de heranças.
Existem pessoas que são ciumentas independente do tratamento recebido de seus pais. Não se consegue uma explicação lógica para isto. O simples fato de nascer um irmão pode ser suficiente para mudanças de comportamento, regressão às fases já superadas do desenvolvimento, retorno ao uso de fraldas, surgimento de tartamudez e até adoecimentos. Muitas vezes o ciumento não identifica a origem de seu sofrimento e nem os pais, trazendo sequelas aparentemente imprevisíveis.
Por outro lado, a diferença de tratamento entre os filhos pode ter consequências complexas na vida deles e da família. Inúmeras vezes os pais não percebem ou tem dificuldade em admitir que fazem diferenças entre as crianças. A criança ao sentir-se preterida, temendo represálias oculta seus sentimentos que passam a ser manifestados sob disfarces ou somatizações. Solicita atenção de forma equivocada e recebe cada vez mais respostas que confirmam sua sensação de rejeição.

Tentar bater na criança mais nova, quando recém nato, se automutilar e atribuir ao outro esta ação, tentando jogar os pais contra o outro são alguns comportamentos comuns nesta circunstância. Nem sempre conseguem seu intento, outras vezes os pais reagem punindo o enciumado, com o que reforça a sua crença. Criticar e punir a criança nestas circunstâncias gera afastamento dos pais, agrava o sentimento em relação a outra criança. Teremos a retroalimentação do problema. Eles devem mudar a maneira de dar atenção aos filhos para compensar a sensação de abandono que vem sendo criada.
Como devem agir os pais? Observar comportamentos da criança sem pressa em julgar e intervir, escutá-la, processar as informações oriundas da criança e procurar compreender por que ela está mudando. Se auto-observar para identificar possíveis diferenças de tratamentos, pedir ajuda ao cônjuge para sinalizar ações que possam estar reforçando o ciúme, sempre com o cuidado para não ser uma acusação. Em síntese, a orientação parental pode trazer recursos para pais e cuidadores e praticar a comunicação modelo frescobol entre os membros da família.
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Referências: Livros: Comunicação: Frescobol e/ou Tênis, Ciúme Entre o Amor e a Loucura e Agressões Silenciosas.