Imagine receber uma ligação da escola dizendo que seu filho teve o celular confiscado… e, ao chegar lá, descobrir que precisa pagar para recuperá-lo. Foi exatamente isso que aconteceu com Briee Muccie, mãe de quatro filhos em El Paso, no Texas, e a história virou assunto na internet, dividindo opiniões de pais e responsáveis.
“Eu não conseguia acreditar que isso estava realmente acontecendo”, contou Briee ao site TODAY.com.
O caso que gerou a polêmica
Tudo começou quando o filho de 12 anos de Briee, foi pego usando o celular durante a aula. “Ele disse que estava só olhando as horas, e eu disse: ‘Você tem um relógio na sala de aula’”, relatou a mãe. Até aí, tudo dentro do esperado. Mas o que realmente surpreendeu Briee foi o que veio depois.
Ao buscar o aparelho na escola, ela foi informada que precisaria pagar uma taxa de US$ 15, cerca de R$ 75, para ter o celular de volta. E não era só isso: o pagamento era feito via Cash App, um aplicativo de pagamentos, em nome de um administrador, e não da escola em si. “Isso me incomoda muito”, afirmou Briee. “Não acho certo cobrar das pessoas, principalmente quando não sabemos para onde esse dinheiro está indo.”
A regra é clara — ou não tanto assim
De acordo com o site do distrito escolar do filho de Briee, o uso de celulares é proibido, exceto quando autorizado para fins pedagógicos. Quando essa regra é quebrada, o aluno perde o direito ao celular e os responsáveis devem pagar uma taxa para recuperá-lo.
Essa prática, embora cause estranhamento em muitos pais, é permitida no estado do Texas. Escolas públicas podem cobrar até US$ 15 para devolver celulares confiscados. E não é um caso isolado: outras regiões também adotam medidas semelhantes.
O East Central Independent School District, por exemplo, também cobra US$ 15 e informa que os valores são destinados a um fundo geral da escola. Já no Tennessee, o distrito escolar de Robertson County cobra até US$ 40, e pode segurar o aparelho até o fim do semestre, dependendo do número de infrações.
@briwithtwoes but can they even do that? 😅
♬ original sound – Briee
O que dizem os especialistas?
Para muitos educadores, os celulares são uma distração e trazem riscos à saúde mental dos alunos. Por isso, várias escolas adotaram políticas mais rígidas, com medidas que vão desde guardar o celular durante o período escolar até a aplicação de multas.
Segundo a NBC News, nos Estados Unidos, 25 estados já implementaram proibições formais do uso de celulares nas escolas. Outros sete estados e o Distrito de Columbia estão discutindo regras semelhantes.
Apesar disso, muitos pais argumentam que precisam de uma linha direta de comunicação com os filhos, especialmente em casos de emergência. O debate fica ainda mais acalorado quando entra em cena a cobrança de taxas que, segundo alguns, podem pesar no bolso, e não garantem transparência sobre o destino do dinheiro arrecadado.
E o aluno? Também teve punição em casa
Mesmo não concordando com a cobrança, Briee reconhece que o filho quebrou as regras, e que isso exige consequências. “Ele limpou cocô dos nossos três cachorros, lavou as lixeiras, arrumou o quarto dos irmãos e ainda bateu na porta do vizinho para oferecer ajuda no jardim”, contou ela.
Mas, para ela, isso já seria punição suficiente. “Cobrar dos pais por algo que é deles não deveria ser a solução”, afirmou. “Estão indo longe demais.”
Mesmo depois de toda a confusão, Briee admitiu que o filho ainda leva o celular para a escola. “A gente entendeu o recado”, disse, “mas ele ainda está levando o celular.”