Em um relato comovente que viralizou no TikTok, a jovem Maddy Ballenger, de 24 anos, compartilhou com o mundo uma das decisões mais difíceis de sua vida: entregar dois de seus filhos para adoção. A história, contada de forma honesta e vulnerável, gerou empatia entre milhares de pessoas e reacendeu o debate sobre maternidade, saúde mental e escolhas difíceis que muitas mulheres enfrentam em silêncio.
No vídeo publicado na plataforma, Maddy revela que colocou seu primeiro filho para adoção em junho de 2022, e sua filha, em maio de 2024. O clipe, que rapidamente ganhou mais de 228 mil visualizações e milhares de curtidas, chamou atenção pela sinceridade com que ela expôs seus sentimentos e o processo emocional envolvido em cada escolha. Em entrevista à revista Newsweek, ela resumiu: “Foi a decisão mais devastadora que já tomei. Eu me preocupo com eles todos os dias e penso neles constantemente.”
Segundo a jovem mãe, o que a levou a considerar a adoção foi, em primeiro lugar, o ambiente em que vivia na época. Ao engravidar pela primeira vez, estava em um relacionamento abusivo, desempregada e morando com os pais. Anos depois, ao ter sua filha, enfrentava episódios graves de depressão pós-parto e psicose, o que dificultava sua capacidade de trabalhar e de cuidar da criança como gostaria. “Eu sabia que eles mereciam algo melhor”, declarou Maddy no vídeo.
Apesar de manter contato com os filhos por meio de adoções abertas — modalidade em que a mãe biológica pode visitar e manter vínculo com as crianças — ela confessou que essas visitas se tornaram emocionalmente dolorosas. “Em todas as visitas que fiz com meus filhos desde que os coloquei lá, senti como se tivesse… uma barreira emocional erguida”, desabafou. Ela explicou que essa sensação era uma espécie de mecanismo de defesa: “Por mais que eu odeie admitir, isso os fazia se sentirem estranhos para mim.”
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O distanciamento emocional, porém, não significava ausência de amor. Maddy contou que, ao nascerem, se sentiu imediatamente conectada a seus filhos. “Eu estava apaixonada”, relembrou. No entanto, com o passar do tempo e com a distância imposta pelas circunstâncias, esse vínculo passou a enfraquecer, o que a deixou ainda mais fragilizada emocionalmente.
Mas tudo começou a mudar no quarto aniversário de seu filho. Durante uma visita, ela sentiu algo diferente. “Eu não tinha medo. Eu queria me envolver o máximo possível e aproveitar cada momento. Olhei para meus filhos com amor absoluto nos olhos… e eu soube quem eles eram novamente. Senti como se finalmente tivesse acordado”, contou, emocionada.
Ao decidir compartilhar sua história nas redes sociais, Maddy teve um objetivo claro: dar voz a outras mães que possam estar passando por experiências semelhantes. “Percebi que, provavelmente, não sou a única a me sentir assim como mãe biológica. Queria conscientizar sobre isso e garantir que os outros soubessem que não estão sozinhos”, explicou.
Hoje, mesmo sem intenção de alterar os termos das adoções abertas, Maddy expressa gratidão às famílias que acolheram seus filhos. “Somos a definição de uma família grande e feliz, e eu não poderia ter pedido pais melhores para os meus dois filhos”, reconheceu. Quanto ao filho que permanece sob sua guarda, seus planos são de continuar trabalhando na própria recuperação emocional, avançando passo a passo.