Julia-Marie, uma bebê de 1 ano filha de Marwa Houman, de 33 anos e de Malcolm John, de 60 anos, sofreu o que foi chamado pelos pais de abuso racial vil por conta do albinismo, uma condição que afeta uma a cada 17 mil pessoas no mundo. O casal esperava que a filha nascesse com tons de pele parecidos com o da mãe, que é branca, ou com o do pai, que é negro. Foi uma surpresa para eles quando a bebê nasceu com olhos azuis, loira e com uma pele pálida: “Ela nasceu completamente branca, como pálida, com cabelos loiros e olhos azuis, eu esperava ter um bebê mestiço porque o pai dela é de ascendência caribenha negra”, disse a Marwa.
Quando a mãe, Marwa conversou com os médicos do hospital em que a filha nasceu, não conseguiram descobrir a condição que foi considerada rara que a filha tinha, com isso um tempo depois Marwa entrou em depressão pós-parto. Após dois meses do nascimento de Julie-Marie, médicos descobriram por meio de testes que a bebê tem albinismo classificado como OCA1, isso significa que ela pode contrair câncer de pele se for exposta ao sol direto e além disso é necessário que ela use óculos: “O clínico geral me disse que Julie precisa estar totalmente protegida do sol, caso contrário ela terá câncer de pele e precisaria de óculos, pois sua visão nunca será 100% e não há cura para o albinismo. Ela também não consegue abrir os olhos do lado de fora por causa da luz forte, ela tem fotofobia. Foi aqui que minha batalha começou!”, explicou a mãe.
O casal com medo dos raios fortes do sol, passaram o verão com Julie dentro de casa, mas assim que o pai, Malcolm, saiu com a bebê , perceberam que ambos se tornaram alvos de discriminação racial: “Uma vez tivemos um incidente no hospital. Ela tinha seis meses e chorava, então eu disse: ‘vou levá-la para o carro e alimentá-la e você pode pegar a receita’. “Mas a senhora da farmácia não levou Malcolm a sério. Ela disse: ‘ligue para a mãe, para eu confirmar a data de nascimento dela’. Ela não acreditou que ele era o pai”.
Malcolm revoltado com a situação teve que chamar a esposa para confirmar as informações. Infelizmente os casos de abuso racial não pararam por aí, o casal contou que a bebê foi chamada como macaco-branco, nessa situação o caso foi levado para à polícia. Marwa também contou: “Toda vez que levo Julie para fora, as pessoas não olham para mim porque tenho pele clara, mas quando olham para Malcolm com Julia, é como ‘o que aquele homem está fazendo com aquele bebê?’ As pessoas olhavam para ele como se ele tivesse sequestrado o bebê, e eu sentia por ele, mas ele não conseguia expressar isso. Como pai, preciso ser corajoso e lutar pelo futuro da minha filha. Nosso medo é que Julia sofra bullying por causa de seus óculos e condição”.
“As pessoas precisam saber que você não precisa ser negro para sofrer abuso racial. Você pode ser branco, ter cabelos loiros e olhos azuis e ainda ser abusado pela cor da sua pele.”, complementou a mãe. Devido às discriminações, Marwa disse: “Eu parei de sair completamente com Julie. Chega de intimidação!”.
O pai da bebê com tantos casos de discriminação disse: “Como pai, queremos aumentar a conscientização sobre tudo o que aprendemos desde que Julie nasceu. As pessoas precisam entender o que é o albinismo e a origem do distúrbio. Não é contagioso e não é uma deficiência.
Os pais de Julie ficaram muito tristes pelo que tiveram que enfrentar fora de casa com a filha: “Em 2022, é triste dizer, ainda há discriminação, e não apenas os brancos podem ser racistas. Há racismo em todas as raças. Precisamos defender nossa Julie.”, disse Malcolm.
