Febre, tosse e, principalmente, dificuldade para respirar. Esses são os sintomas mais frequentes da pneumonia, uma infecção nos pulmões que pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos. A intensidade da doença varia de leve a muito grave, dependendo de quem está causando a pneumonia e outros detalhes ligados às condições do doente. Como na maior parte das infecções, os grupos que apresentam maior vulnerabilidade são os idosos e as crianças. Por isso a atenção deve ser redobrada sempre que o filho apresentar sintomas como febre alta e persistente, falta de ar, chiado no peito e tosse persistente. A boa notícia é: a maior parte das pneumonias são leves e respondem bem aos tratamentos, desde que diagnosticadas rapidamente, e não costumam deixar sequelas. Por isso o Dr. Claudio Len respondeu as dúvidas mais comuns sobre a doença, veja abaixo:
Bebê prematuro tem mais probabilidade de ter pneumonia?
Danielle Nogueira, mãe da Alice
Os bebês prematuros, especialmente aqueles que nascem com menos de 30 a 32 semanas de gestação, são mais suscetíveis a infecções, entre elas a pneumonia. Isto ocorre por dois motivos: sistema imunológico dele é imaturo e ele passou algum tempo internado no hospital e, por isso, ficou exposto a bactérias. Felizmente, os prematuros são muito monitorados pelos médicos, que dispõem de ferramentas para surpreender infecções rapidamente.
– Prevenção de pneumonia com nebulização ou algo natural resolve? Quais as melhores formas de prevenção? Você recomenda vacina?
Emilia Ambrosio, mãe do Bento
A nebulização não previne a infecção no pulmão. O mesmo vale para vitaminas ou remédios naturais. Alguns cuidados simples ajudam a diminuir o contágio entre crianças, como ficar longe de doentes e lavar frequentemente as mãos. Não há vacinas disponíveis contra a pneumonia bacteriana, mas a vacina da gripe pode ajudar a reduzir o número de casos e a intensidade de infecções pulmonares causadas pelo vírus influenza. No caso da bronquiolite, que é uma infecção dos brônquios causada por vírus, mais comum em nenéns com idades entre 2 e 18 meses, há um tratamento preventivo com um medicamento moderno que pode utilizado por prematuros com idade gestacional inferior a 28 semanas ou bebês com algumas doenças congênitas, como as cardiopatias. Além disso, é fundamental é o diagnóstico precoce feito pelo pediatra, com início imediato do tratamento.
– Como diferenciar bronquite de pneumonia? Joice Oldiges, mãe do Nicolas
A bronquite, mais corretamente chamada de asma, é uma doença alérgica desencadeada por fatores externos, como mofo, poeira, acaro ou mudança da umidade do ar. Essa complicação, que atinge mais as pessoas com predisposição genética, pode ir e voltar várias vezes ao longo da vida. Os sintomas são falta de ar, chiado no peito e tosse. Já a pneumonia é causada por bactéria ou vírus e, na maioria dos casos, vem acompanhada de febre alta e persistente e tosse com secreção. Em alguns casos, a asma pode aumentar a secreção nas vias áreas, o que favorece a infecção por uma bactéria com pneumonia. O tratamento da bronquite é com remédios broncodilatadores (que abrem as vias aéreas) e da pneumonia é com antibiótico.
– Por que alguns bebês não têm febre quando tem pneumonia? Meu filho não teve febre. Raissa Miura, mãe do Lucca
A maioria das crianças e adolescentes com infecção pulmonar têm febre, geralmente alta e persistente. No entanto, entre 5% e 10% das pneumonias são chamadas de atípicas, porque vêm sem febre. Para piorar, nesses casos, a ausculta pulmonar é normal, dificultando o reconhecimento. Se for essa a situação, o diagnóstico é baseado na suspeita clínica e em exames, como a radiografia de tórax.
– Gostaria de saber sobre pneumonia por aspiração. Voltava leite para o nariz do meu filho quando ele mamava, às vezes, e ele ficou com pnumonia e bronquiolite. A médica disse que isso contribuiu.
Jaqueline Guedes, mãe de Henrique, Murilo e Luisa
A pneumonia por aspiração é muito muito rara em crianças. Mas, quando presente, pode ser grave, porque o alimento, rico em bactérias, vai direto para os brônquios e alvéolos, que são frágeis. Felizmente, os mecanismos anti-aspiração pulmonar são muito bem desenvolvidos nas crianças, desde o nascimento. Por outro lado, o refluxo gastroesofágico pode estar associado a microaspirações pulmonares, que resultam em broncoespasmo, o famoso chiado no peito, com tosse persistente, que lembra muito a tosse alérgica. Mas sem gravidade. O diagnóstico, neste caso, é feito por exames de imagem com contraste que detectam o refluxo. Em alguns casos, pode haver melhora dos sintomas respiratórios com tratamento do refluxo.
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