Colunas / Família: fábrica de gente

Isolamento social: como lidar com os riscos que corremos em nossas relações?

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Publicado em 16/04/2020, às 09h56 por Regina G Politi


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Famílias acabam asfixiando e tensionando as relações pelo excesso de exposição e falta de privacidade (Foto: Pinterest)

Todas as relações pessoais, familiares, conjugais, profissionais e sociais estão sob forte ameaça de se desestruturar neste momento porque qualquer  mudança no padrão relacional envolve consequências, que podem até ser positivas quando necessárias intrinsecamente, mas neste caso o que mudou foi externo à relação: uma obrigação de confinamento ou de distanciamento.

Ambas medidas são radicais e foram impostas de um dia para outro, sem aviso prévio. Esta ruptura de uma rotina, de um tipo de funcionamento histórico, vai provocar inquietações nos envolvidos nas relações inevitavelmente. Tempo de crise!

Riscos previsíveis de cada cenário

Casais, famílias, pais, filhos e irmãos que devem fazer tudo sob o mesmo teto, 24 horas por dia. Estudar, trabalhar, exercitar, se alimentar, etc., e acabam asfixiando e tensionando as relações pelo excesso de exposição e falta de privacidade.

As relações saudáveis precisam ser dinâmicas, ter movimentos ora longe, e ora perto. Quando são paralisadas num polo, seja longe ou perto, tendem a destruição, pois ficam “sem ar”, sem espaço de individualidade, e sobrecarregando os papéis de cada um, que acabam exigindo muito uns dos outros até a exaustão.  Tanto que o número de divórcios na China aumentou neste período de quarentena.

Por outro lado, pessoas que tínhamos um contato presencial estreito e frequente de repente foram obrigados a se distanciar por prazo indefinido, sem poder nos ver mais, assim, subitamente! Óbvio que isso provocará uma ruptura, uma descontinuidade, que poderá causar danos pela ausência e carência afetiva, aquela sensação de abandono e desamparo.

E cada ser humano é único, reagindo diferentemente a essa exclusão social, mesmo que provisória. Uns sentem mais, e outros menos, e aí que as relações se abalam: pelas diferenças de sentimentos, percepções e recursos internos para lidar com as próprias emoções e a dos outros envolvidos. Muito risco também.

As relações saudáveis precisam ser dinâmicas, ter movimentos ora longe, e ora perto (Foto: Shutterstock)

Seja por distantes demais ou perto demais, os riscos são vários. O que fazer?

Proposta: Plano redução de danos

Como evitar rotas de colisão previsíveis. Como achar alguns atalhos, novos ajustes e táticas  relacionais para atravessar esse período e não adoecermos relacionalmente.

Táticas para o confinamento

Mesmo num ambiente pequeno, procure dar “espaço”, se distanciar, mantendo o movimento:  ora junto, ora separado. Cada um fazendo suas próprias coisas. Evite fazer tudo junto o tempo todo. Conversar sobre tudo, desabafar, fazer o outro de “muro das lamentações” e ficar “jogando” para o outro sua própria dificuldade de tolerar este sofrimento. Não faça o outro de muleta. Poupe a relação de vocês deste desgaste intenso. Não exija muito, tolere mais as diferenças, aprenda a viver com o jeito de cada um ser. Faça uma agenda e estabeleça com todos uma rotina.

Táticas para o distanciamento 

Prioridade nº 1: entre no mundo digital, digitalize-se, aprenda o máximo que puder as novas linguagens. Existe uma enormidade de programas e aplicativos que mantém a conexão entre as pessoas. Seja pelo computador ou pelo smartphone. Acelere sua inserção, pois atenuará intensamente sua sensação de abandono e solidão. Hoje em dia falamos em redes sociais e podemos ter acesso a mais informações e estímulos, inclusive através de vários cursos online que aumentarão seu saber imediatamente. Aproveite para aperfeiçoar seu idioma estrangeiro, ou fazer cursos diferentes que sempre quis fazer. As plataformas educacionais estão dando cursos interessantes e que antes eram caros, e estão gratuitos neste período.

Saiba que seus neurônios agradecem,  pois aprender novas linguagens estimulam as sinapses cerebrais, ampliando as conexões neuronais e tornando-o mais inteligente. É a neuroplasticidade do cérebro. O homo-sapiens evoluiu graças a este recurso interno que temos e usamos muito pouco da nossa capacidade.

Enfim, tudo mudou! E só sobrevivem os que se adaptam, conforme disse Charles Darwin.

Quem não se adaptar será destruído pela crise.

Inclusive, gostaria de te contar que estou disponível para atendimento online nesta quarentena. Caso você precise, é só me chamar lá no Instagram, no @reginapoliti_. Temos que nos ajudar, cada um na sua área, então, conte comigo!

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