A saúde auditiva das crianças é um aspecto crucial que merece atenção desde os primeiros anos de vida. Marcella Vidal, especialista em fonoaudiologia, ressalta a importância de observar o comportamento da criança em relação aos sons. Caso ela não se assuste ou reaja a barulhos intensos, isso pode ser um indicativo de dificuldades auditivas.
Com o avanço da idade e o início da fase de aprendizado da fala, a audição desempenha um papel fundamental. “A capacidade de ouvir influencia diretamente no desenvolvimento da linguagem e na interação social,” explica Vidal. Portanto, identificar precocemente qualquer sinal de problema auditivo é essencial para garantir um crescimento saudável.
Entre as causas comuns da perda auditiva em crianças, estão fatores como baixo peso ao nascer, nascimento prematuro, malformações congênitas, meningite, acidentes e infecções recorrentes no ouvido. Certos medicamentos também podem afetar a audição.
O diagnóstico precoce é vital para evitar impactos negativos no aprendizado e na vida social da criança. Sem a intervenção adequada, problemas como dificuldades escolares, timidez e barreiras no relacionamento podem surgir.
Para pais de crianças mais velhas, há sinais claros que podem indicar problemas auditivos. Se o seu filho aumenta o volume da televisão acima do normal, mostra-se frequentemente desatento ou disperso nas atividades diárias, é hora de buscar avaliação profissional.
Conheça os diferentes tipos de perda auditiva
Natasha Slhessarenko, pediatra especializada pelo Delboni Medicina Diagnóstica, destaca que existem dois tipos principais de perda auditiva: condutiva e neurossensorial. A perda condutiva está relacionada à obstrução ou diminuição da passagem do som para o cérebro, causada por fatores como acúmulo de cera ou infecções. Já a perda neurossensorial ocorre devido a problemas no ouvido interno ou nas vias nervosas auditivas.
Em muitos casos, o tratamento pode incluir o uso de aparelhos auditivos, implantes cocleares ou cirurgia. Por isso, ao notar sinais de perda auditiva no seu filho, consulte imediatamente um pediatra ou otorrinolaringologista.
A importância do teste da orelhinha
Desde 2010, o teste da orelhinha tornou-se uma prática obrigatória em hospitais e maternidades brasileiras. Realizado ainda no primeiro mês de vida do bebê, este exame simples e não invasivo é fundamental para detectar precocemente qualquer deficiência auditiva. Utiliza-se um dispositivo eletrônico que emite sons em diferentes volumes enquanto o especialista avalia a resposta auditiva da criança.
Caso seja identificado algum problema durante o teste, procedimentos mais detalhados serão recomendados pelo especialista para assegurar o melhor encaminhamento e tratamento possível.
Como o Teste da Orelhinha é feito
Com o bebê dormindo, uma fonoaudióloga coloca um fone de ouvido ligado a um computador no recém-nascido. Essa sonda emitirá sons, e o aparelho é capaz de identificar, por meio do retorno das ondas sonoras, a existência de algum problema.
A partir do segundo dia de vida. Todas as crianças devem fazê-lo antes dos três meses, mas é ainda mais importante em bebês que passaram pela UTI neonatal ou fazem uso de algum medicamento, nos prematuros ou com histórico de surdez na família.