O pai Rodolfo Aparecido da Silva, perdeu a filha Alicia, com 7 anos de idade para a Covid-19, no mês de janeiro do ano passado, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Por conta disso, ele comemorou a notícia sobre a liberação da vacinação de crianças entre 5 a 11 anos.
“Estamos vibrando aqui. Ele vai fazer 12 anos e estava torcendo para isso. Se Deus quiser, [a vacinação] rapidinho já vai começar. Minha outra filha ainda não entra, mas logo logo, vai entrar”, disse ele.

“Continuo achando que podia ter liberado isso antes, mas graças a Deus não demorou muito. Estamos falando de dezembro e já no início de janeiro está liberado. Fico feliz. Tem aumentado muito os casos de Covid novamente”, continuou.
“Nem sempre a criança vai falar oque está sentindo por medo de remédio, injeção. Vacinar é o que vai fazer a diferença. A gente nasce e já ganha vacina. É a diferença que pode salvar a vida das pessoas”, afirmou.
Nesta última quarta-feira, 5 de janeiro, o Ministério da Saúde afirmou que não irá exigir receitas médicas para vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. Será necessária somente a autorização dos pais ou responsáveis.
No entanto, a autorização por escrito só será exigida se a criança não tiver pai, mãe ou responsável no momento da aplicação da dose. Além disso, as decisões tomadas é que a vacina será realizada de em ordem decrescente de idade, das crianças mais velhas para as mais novas. Porém, haverá prioridades para àquelas que possuem comorbidades.

No entanto, o governo também aconselha que os pais devem procurar uma recomendação prévia de um médico antes da imunização. O intervalo entre a primeira e a segunda dose serão de oito semanas.
A nota divulgada pelo Ministério da Saúde afirmou que “a previsão é que essas [20 milhões de] unidades sejam entregues no primeiro trimestre deste ano. Até o fim de janeiro, a estimativa é que 3,7 milhões de doses cheguem ao pais”.
Também falaram a respeito da eficácia e segurança da vacina Pfizer, por já ter sido testada por agências internacionais. “Isso foi testado através de ensaios clínicos e já logrou aprovação em agências sanitárias respeitáveis, a exemplo do FDA [agência dos Estados Unidos], da Agência Europeia de Medicamentos, e agora teve o aval da Anvisa. Portanto, a Anvisa atestou a segurança regulatória”, elencou Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes, médico cardiologista, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia
Mais sobre a autorização da Anvisa
Luiz Vicente Ribeiro, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, apresentou o parecer oficial sobre a aplicação da vacina: “O nosso parecer é favorável a incorporação da vacina da Pfizer para crianças na faixa etária de 5 a 11 anos”.

Gustavo Mendes, especialista em Regulação e Vigilância Sanitária da GGMED, apresentou a linha do tempo do estudo da Anvisa, que foi desde a submissão do pedido até a conclusão do resultado, divulgado às 10h30 da manhã.
“A vacina tem um desempenho importante na geração de anticorpos nessa população”, afirmou o especialista. Ainda de acordo com ele, a Pfizer tem um desempenho satisfatório para a variante Delta.
A vacina de crianças deverá ser diferente daquela aplicada em adultos. O imunizante para maiores de 12 ano é de 30 microgramas e possui diferentes substâncias em sua composição, o que acaba influenciando também no volume injetado no corpo.
Países como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Espanha, Coreia, Austrália e Holanda já apresentaram um esquema internacional do uso da vacina em crianças e adolescentes.
Suzie Marie Gomes, Gerente-Geral da GGMED, comentou sobre as complicações adversas apresentadas em crianças que receberam alguma dose da vacina contra o coronavírus, e reiterou o aval final: “Por fim, os benefícios superam os riscos”.