Três das mais importantes associações médicas do Brasil estão recomendando o uso da vacina contra dengue disponível no Brasil atualmente. Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro de 2015 já, a vacina possui a chancela da Organização Mundial da Saúde e agora recebe a indicação da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
As sociedades recomendam, em nível individual, em seus calendários o uso rotineiro da vacina contra a dengue para pessoas que vivem em região de risco. No Brasil, a doença está presente em todas as regiões e só este ano já foram notificados quase 1,5 milhão de casos, com cerca de 500 mortes. O Sudeste tem o maior número de registros (837.400), seguido pelas regiões Nordeste (295.036), Centro-Oeste (154.359), Sul (76.465) e Norte (36.220).
Além do desconforto dos sintomas e do risco de óbito, a dengue provoca impactos financeiros. Os custos da doença para o país podem chegar até 1,2 bilhão de dólares por ano, o equivalente a cerca de 4 bilhões de reais.
No entanto, segundo o pediatra Cláudio Len, a vacina está liberada para crianças acima de 9 anos e mesmo assim, só está disponível em clínicas privadas, não há nos postos de vacinação por enquanto. O valor da vacina para o público varia entre 250 e 300 reais. “Não sabemos se vai entrar no calendário de vacinação, provavelmente sim para esta idade em diante”, explica Len.
Lançada em agosto, a primeira vacina contra dengue aprovada no mundo é indicada para indivíduos entre 9 e 45 anos e são necessárias três doses, com intervalo de seis meses entre cada uma delas. A vacina reduz em dois terços a possibilidade de contrair a doença e protege em 93% dos casos graves. Segundo estudo publicado no Jornal Brasileiro de Economia da Saúde, a vacinação contra a dengue no Brasil de indivíduos entre 10 e 40 anos seria capaz de diminuir em 81% os casos de dengue na população.