Hoje é dia deles. Dos pais de segunda, terceira, quarta, quinta viagem. Aqueles que deseducam, que contam histórias, que enchem de amor, que nos afugentam após as broncas, que nos defendem mesmo nas situações indefensáveis.
No dia 26 de julho é comemorado o Dia dos Avós, daqueles que são mais experientes, que são mais crianças, que são mais parceiros. Deles que já viram de tudo e ainda vêem graça na simplicidade de um momento em família.
Por isso, a redação da Pais&Filhos decidiu fazer uma homenagem especial para todos os avós e aproveitar para comemorar a data no melhor estilo, trazendo as lembranças mais marcantes com eles:
Andressa, neta de Silvia e Manuel; de Luiz e Núbia e José
“Eu participo da vida da minha avó e ela da minha até hoje. Mas eu tenho uma lembrança da infância. Minha mãe trabalhava muito, estudava ainda e eu ficava na casa dela direto. Fui filha única até os 10 anos, então eu aprendi a brincar sozinha. Na casa da minha avó, ficávamos nós duas (meu vô trabalhava o dia inteiro) e eu lembro que ela tinha dois sofás vermelhos e muitas almofadas de setim, que são escorregadias. Ela é uma cozinheira de mão cheia e enquanto cozinhava ou fazia as coisas no dia a dia, eu pegava essas almofadas e empilhava em uma poltrona. Perdia uma tarde inteira para conseguir e subia no topo dessas almofadas para falar que eu era a rainha. Leonina, né? Faz algumas semanas que minha vó lembrou e comentou comigo. Isso é muito legal. Morro de saudades dessa época e minha avó está aí firme e forte. Vó, você é muito especial na minha vida e da família.”
Cecília, neta de Waldemar e Maria; de Dalva e Affonso e também sobrinha-neta de Naná
“Todas as minhas lembranças com os meus avós são maravilhosas, mas eu tenho uma que é especial. Meu avô Waldemar estava na sala do lado da minha avó Maria e ele começou a reclamar de alguma coisa, acho que do jornal. Minha avó virou e falou: ‘Poxa, mas você só reclama. Tem alguma coisa que você goste?’, e ele respondeu: ‘Ah, eu gosto de você!’. Quando eu sinto saudades deles, eu lembro desse episódio e fico mais tranquila.”
Marina, neta de Maria de Lourdes e Otacílio; de Damiana e Manoel
“Quando eu e meus primos éramos crianças, tínhamos o costume de passar férias na praia com a minha avó Lourdes. Uma vez estávamos no elevador do prédio e um vizinho entrou. Do nada começou a subir um cheiro ruim, nós nos olhamos e sabíamos que tinha sido a vó, mas ninguém falou nada. Aí minha irmã, que é a caçula e era pequena na época, virou e falou: ‘Vó, não acredito que você fez isso!’. Todos rimos e o vizinho ficou sem graça. Essa lembrança diz exatamente como ela era: uma pessoa muito divertida.
Agora uma história fofa: meus avós paternos moram em Belém, no Pará. E por isso a gente só se via quando íamos pra lá ou eles vinham pra cá. Para matar a saudade a gente se falava por telefone e meu avô, que tocava violão, era músico e até escreveu uma música pra mim quando minha mãe engravidou, tinha o costume de tocar e cantar pra mim, no meio da ligação mesmo.”
Victor, neto de Catarina e Antônio; de Severina e Joaquim
“A minha lembrança favorita com meus avós é de quando eu era bem pequeno e todo mundo se reunia na casa deles pra fazer pão. A minha avó tinha uma ferramenta que girava e esticava a massa do pão e todos ajudavam. Quando ficava pronto, juntava todo mundo na cozinha para comer o pão até não aguentar mais e, de barriga ainda cheia, guardar pra depois. Saudades de você, vó.”
Fabiana, neta de Therezinha, Milton; de Joana e Clementino
“Uma lembrança que eu tenho dos meu avós maternos é da minha infância, quando eu ia pra casa deles todas as tardes depois da escola. Todos os meus primos estavam lá também, e como a família é grande (são 12 netos), era uma alegria! A gente brincava de muita coisa: gato-mia, pipa, bicicleta, bola… Fazia a maior bagunça! E pra completar o dia, a gente ainda se deliciava com os pães e doces que a minha avó fazia, uma delícia!
Ah, e também tinha a casa da minha avó Joana, que a gente ia aos finais de semana em Marília. Às vezes, ela nem estava lá, porque estava viajando pra algum lugar que eu nunca sabia qual era (ela adorava viajar!), mas estando lá ou não, ela sempre deixava um pote daquelas jujubas coloridas que eu e minha irmãs adorávamos! Quanta saudade…”
Isabella, neta de Maria e Flávio; de Cesarina e Nilton
“A minha lembrança favorita com os meus avós são os Natais e Ano Novo que juntava a família inteira e nós passávamos o dia inteiro juntos, das 9h da manhã até meia noite, comendo e festejando.”
Giovanna, neta de Sônia e Fernando; de Magda e Diógenes
“Nesse dia dos avós, eu queria fazer um agradecimento em especial para a minha vó Sônia! Ela abriu as portas da casa dela pra mim quando eu tinha 13 anos, e eu sou muito grata. A experiência de morar em Curitiba com a minha vó mudou a minha vida. Sou eternamente agradecida por você ter mudado toda a sua rotina durante dois anos para me ter com você. Apesar de você nunca dizer, eu sei que eu sou a sua neta favorita. Feliz dia dos avós, eu te amo.”
Nathalia, neta de Maria Luiza, Dona Graça e sr. Manuel
“A história que eu vou lembrar, hoje, é de uma vez em que estávamos na praia. O meu vô sempre foi uma pessoa muito ocupada, ele dava o dinheiro para minha vó comprar os presentes, mas ele nunca fazia parte das escolhas. Eu era muito fã do Sítio do Pica-pau Amarelo e a gente entrou numa loja que tinha o CD da trilha sonora do Sítio e ele foi lá e comprou de surpresa pra mim. Naquele dia, a família toda ficou emocionada e eu fiquei muito feliz porque ganhei o CD do sítio.”
Izabel, neta de Ermínia e José; de Luciana e Antônio
“No dia 2 de fevereiro de 2019, eu tive a oportunidade de entregar as alianças de 50 anos de casados dos meus avós paternos. Foi um momento muito especial. O casamento era o sonho da vida da minha avó e foram vários meses de preparação até chegar no grande dia. Ela só falava sobre isso e depois que passou, ainda se emociona por lembrar. Toda visita nova na casa deles, minha vó faz questão de colocar o vídeo de toda cerimônia e chora igual manteiga! É muito lindo. Eu sempre imaginei e desejei muito que eles estivessem presentes no meu casamento, mas nunca nem pensei que eu iria conseguir reviver esse momento deles. Com certeza vou guardar esse dia com muito carinho no coração!”
Jennifer, neta de Walter e Cleusa; de Célia e Jaime
Eu sou filha única e fui a primeira neta dos meus avós maternos. Como meus pais passavam as manhãs e as tardes trabalhando fora, eu sempre ficava na casa das minhas avós. Com o vô Walter e a vó Cleusa, era bem casa de avó mesmo, daquelas que a gente pode fazer tudo que quiser! Tudo que eu pedia de comer para a vó Cleusa, ela já ia correndo pra cozinha e trazia para mim. ‘Vó, quero batata frita! Vó, quero bolo de chocolate! Quero bolinho de churros!’. Lembro de comer 5 batatinhas e depois já não queria mais rs, mas já ficava pensando na comida que ia vir depois. E ela sempre fazia, tudo por amor a mim. Com o meu vô Walter não foi diferente, ele sempre me mimou muito, deu muito carinho e amor. Era muito orgulhoso e feliz com a sua primeira neta. Ele faleceu há 5 anos, foi a maior perda na nossa família. Sinto saudades dele todos os dias, mas minhas avós ainda estão aqui para me dar muito amor e me fazer lembrar daquela época gostosa. Sou muito grata por tudo que eles me deram.”
Jéssica, neta de Elza, Antônia e Felix
Minha avó Elza mora em Recife e eu não tive muito contato com ela durante a infância, mas eu praticamente fui criada pelos meus avós paternos, Felix e Antônia, junto com as minhas duas primas. Uma lembrança boa que eu tenho deles é que os dois sempre faziam de tudo para a gente se divertir e quando estava chovendo, eles faziam cabanas pelos quartos com lençóis e cobertores pendurados nas cadeiras. Era uma delícia!”
Juliane, neta de Ana Maria e José; de Emídia e Aquino
Eu não conheci meus avós maternos e perdi minha avó Emídia quando eu tinha 7 anos. A melhor lembrança que eu tenho dela é que ela era muito bonita, festeira, vaidosa e usava batons em tons de laranja. Essa foi a lembrança que impactou a minha vida, só depois de adulta eu percebi que gostava de batons alaranjados por causa dela.”
Yulia, neta de Cleide e Gilberto; de Natália e Antônio.
“Os meus avós paternos não são brasileiros e não moram no Brasil, por isso uma lembrança muito forte que tenho deles é das ligações de domingo. Nos reunimos no sofá da sala na parte da manhã (por conta do fuso horário) para falar um pouco com eles e matar a saudade. Hoje, com a ajuda da tecnologia ficou ainda mais fácil. As ligações passaram a ser por vídeo e conseguimos conversar mais à vontade. Embora a distância física seja grande, eles encontraram uma forma de permanecer juntos no coração e pensamento e eu sou muito grata por isso. Quero passar esse hábito para os meus filhos e assim por diante”.
Beatriz, neta de Leila, Elza, Zé Maria e Pedro
“As memórias mais marcantes que eu tenho dos meus avós paternos, Elza e Pedro, são das férias que eu passava na casa deles em Ribeirão Preto. Ia na vendinha com meu avô, empinava pipa, ficava no quintal vendo as estrelas. Eram sempre dias muito gostosos.
Minha avó materna, Leila, ajudou a me criar. Era ela que me auxiliava nas lições de casa, me ajudava nos exercícios de matemática, corrigia meus erros de português. Esperava chegar da escola para contar como tinha sido meu dia pra ela. Cozinheira de mão cheia, sempre se preocupava em fazer alguma coisa que eu gostava de comer.
Meu avô paterno, Zé Maria, faleceu quando eu tinha 4 anos. Mesmo assim, tenho várias memórias com ele. A mais especial eram os dias que nós íamos passar as férias na nossa casa de praia. Eu acordava bem cedinho e ele já estava de pé. Saíamos na rua, eu com meu pijaminha rosa de veludo, tirando as folhas secas que caiam na calçada. Ele contava com o maior orgulho que eu era a neta mais nova dele enquanto dávamos voltas no quarteirão.”
Caroline, neta de Carmem e João; de Maria de Lourdes e Paulo; e neta adotada de Rosa e Sérgio
“Uma das minhas lembranças especiais com meu avô Paulo, que eu chamo de “vôinho” se passam no sítio dele lá em Recife, as com Rosa e Sérgio foram os inúmeros almoços em família e do melhor feijão do mundo, que é feito por ela!”
Francesco, neto de José Casagrande e Neide
“Eu não era tão próximo do meu pai depois dos 6 anos de idade, mas estudava perto dele, então sempre ia pra casa dos meus avós depois da escola. Eu sempre assistia Pica-Pau quando passava na TV aberta e não era só a animação mais nova, mas a mais antiga também, a que tinha o Pica-Pau maluco.
Eu assistia com meu avô e ele apontava pra TV enquanto ria e falava: ‘Esse aí é biruta mesmo’. Isso fez com que eu me aproximasse dele quando mais novo.”
Thiago, neto de Narciso, Lenira, Izaura e Mário
“A memória mais incrível que tenho da minha avó Lenira veio após seu falecimento. Minha esposa estava grávida de 36 semanas e na madrugada do dia 3 de novembro de 2018 eu estava sonhando com minha avó. Ela estava feliz, sorrindo, olhando para mim com os olhos cheios de amor. Exatamente no meio daquele sonho bonito e cheio de saudade, a bolsa da minha esposa estourou e acordamos com o barulho. A partir daquele momento tive a certeza que meu filho Miguel, que nasceu 5 horas depois daquele sonho, teria minha avó como anjo da guarda para toda a vida!”
Confira o vídeo com todos os depoimentos:
Hoje é o Dia Mundial dos Avós e a data foi escolhida para homenagear a Santa Ana e São Joaquim, pais da Virgem Maria e assim sendo avós de Jesus Cristo, e canonizados nesta data em 1584.
Não é novidade nenhuma que os avós têm uma importância enorme para todos nós, mas um estudo feito pela Universidade de Oxford mediu esse impacto e descobriu que as crianças que tiveram os avós presentes, cresceram mais felizes.
O mais interessante foi que outra pesquisa do Boston College concluiu que o benefício é para todos, não apenas os netos, uma vez que a conexão faz com que os avós sejam mais abertos às possibilidades e novas ideias.
Aproveite esse dia para abraçar mais, beijar mais e curtir mais a companhia dos seus avós. Compartilhe esses momentos especiais e faça com que saibam da importância que têm para você!
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