Domingo, 14 de maio, dia em que foi comemorado o Dia das Mães, Antônio Lee fez uma dedicatória especial para mãe, Rita Lee, que faleceu no dia 8 de maio. No texto, o filho da cantora contou como entendia a relação da mãe com os fãs enquanto era criança e enalteceu a relação que Rita construiu com eles. Antônio ainda revelou que o último autógrafo da mãe foi para uma pessoa muito especial, o neto Arthur, de 5 anos.
Antonio relembra como enxergava a fama da mãe quando ainda era uma criança e como ver os fãs se aproximando dela, muitas vezes aos prantos o impressionava. “Quando eu era pequeno, não entendia muito bem esse ritual. Pessoas surgiam do nada com papel e caneta, mãos meio trêmulas. Ficavam hipnotizadas enquanto minha mãe fazia uns rabiscos. Depois, pegavam o papel de volta e saíam chorando, emocionadas. Por que um papel com um nome assinado causava tanta comoção?”, disse ele.
O filho mais novo de Rita disse em outro trecho que com o passar do tempo ele foi entendendo a importância que a assinatura de sua mãe teve e tem para muitas pessoas. O autógrafo se tornava ali uma prova documental e eterna de um fã que encontrou seu ídolo. Ela tinha uma assinatura única e facilmente reconhecida como uma marca da cantora, pois ela costumava desenhar um disco voador.
Ele conta que mesmo com dificuldades para escrever e já internada para o tratamento, Rita fez questão de atender um pedido especial do neto, Arthur. “Um dia, enquanto visitava ela no hospital com meu filho Arthur, de 5 anos, o assunto veio à tona. Eu comentei que a vovó Rita tinha um autógrafo muito legal, com desenho de disco voador e tudo! Ele ficou animado: “Eu quero um autógrafo da vovó Rita!” E ela, claro, não negou. Coloquei no colo dela um papel e uma caneta. As mãos estavam fracas, o punho já não tinha a mesma flexibilidade de antes. Mas ela se lançou no desafio”, conta o pai do menino.
“Primeiro, fez a dedicatória e a assinatura. Depois, o disco voador, provavelmente seu assunto preferido. Ela sempre se dedicava mais nessa parte. Enquanto terminava o desenho, reclamou que a mão não obedecia como queria. Não satisfeita com o disco, tentou desenhar outro mais para a direita, só para provar a si mesma que conseguia fazer um melhor. Até que desabafou: ‘a mão não tá indo, saco!’”, disse Antônio sobre o momento do último autógrafo de Rita.
Ele finaliza a dedicatória ressaltando a importância que o autógrafo da mãe teve para muitas pessoas e especialmente na vida do neto. “Milhares de folhas de papel espalhadas por aí que marcam um momento em que ela esteve presente. E sem saber que aquela seria a última vez, foi lá e assinou seu nome tão lindo. Dedicado a um grande fã que vai sentir muitas saudades da vovó”, comentou. “Feliz dia das Mães mais dolorido do mundo, mãezinha”, escreveu Antônio sobre seu primeiro Dia das Mães sem Rita.
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