Abby e Erin Delaney, de 6 anos, são gêmeas siamesas craniópagas, isto é, conectadas pelo crânio. Elas nasceram no estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e desde o seu primeiro dia de vida, superam as expectativas dos médicos. Os pais foram avisados que a chance de sobrevivência para as meninas era de 2%. No entanto, no início de junho deste ano, ambas se formaram no jardim de infância.

Aos 11 meses de idade, as duas passaram pela cirurgia de separação no Hospital Infantil da Filadélfia (CHOP). Essa foi a primeira cirurgia envolvendo o caso de gêmeas siamesas craniópagas feita no local, já que o caso é extremamente raro. Elas nasceram compartilhando um crânio, pele e seu seio sagital superior – um vaso crítico que transporta o sangue para longe do cérebro. Por isso, foi preciso de muita delicadeza no processo da operação, que durou um total de 11 horas seguidas.
Os pais relataram como foi difícil viver esse momento, especialmente com Abby, que havia perdido 10 a 15 vezes seu volume de sangue. “Eles substituíram todo o sangue de seu corpo várias vezes quando os cirurgiões tiveram que cortar seu seio sagital para separá-la de Erin. Os cirurgiões realmente nos disseram que nunca haviam doado tanto sangue a um paciente de uma só vez e que o paciente havia sobrevivido“, relata a mãe das meninas, Heather Delaney em entrevista ao DailyMail.

Os riscos variavam de danos cerebrais leves à morte, além disso, antes da grande cirurgia, os gêmeos precisaram fazer diversas intervenções menores. Mesmo que as chances de sobrevivência fossem baixas, mas felizmente, o procedimento deu certo.
As meninas continuam a crescer saudáveis, ainda que com um pequeno atraso no desenvolvimento. Orgulhosa das filhas, Heather mal pôde acreditar na felicidade em vê-las concluindo a pré-escola.
“Assistir à formatura delas foi como se estivéssemos sonhando. É uma daquelas coisas que você sente que nunca vai acontecer”, conta. “Ainda não sabemos o que elas podem realizar, então o céu é o limite para elas”, completa.

Na formatura, Erin ainda recebeu um ‘prêmio golfinho’ por seu ‘coração aventureiro’ e amor por explorar. Enquanto Abby recebeu o ‘prêmio cervo’ por ser uma ‘boa amiga que trata a todos de maneira gentil’.
Cirurgia feita pelo SUS
No Brasil, um caso semelhante também chamou a atenção. Gêmeos siameses nasceram grudados pela cabeça, compartilhando um pedaço do cérebro e a principal veia que leva o sangue de volta para o coração. A possibilidade de incidência é de 1 a cada 2,5 milhões de nascidos vivos. Em cirurgia inédita, realizada pelo SUS, foi possível separá-los e realizar a reconstrução craniana de ambos.

Foram nove operações até o momento final de separação. A última cirurgia foi realizada no dia 9 de junho de 2022, uma quinta-feira. Todo o processo foi feito no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro, via Sistema Único de Saúde. O neurocirurgião pediátrico responsável pelo feito foi Gabriel Mufarrej, que realizou entrevista ao Fantástico, que foi ao ar nesse domingo do dia 31 de julho.
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