Amamentação é um assunto que costuma gerar ansiedade. Mesmo parecendo um processo natural, algumas mães precisam de um pouco mais de tempo e cuidado para aprender. O caminho para a decisão de colocar silicone também é cheio de questionamentos. Muitas mulheres querem fazer a cirurgia plástica, mas ficam em dúvida se poderão ou não amamentar.
Segundo Renata de Camargo Menezes, ginecologista, obstetra, diretora da Clínica Engravide, você pode colocar silicone mesmo se pretende engravidar (grávida nunca). Isso porque a prótese não interfere na estrutura da glândula mamária, pois é colocada atrás da glândula, ou seja, não entra em contato com o organismo.
No entanto, ela alerta que isso vale apenas para os casos de implantes de prótese pura e simples. “Se houver intenção de redução de pele e correção da chamada ptose mamária (queda mamária por flacidez), a técnica poderá implicar na retirada de tecido mamário e, nesse caso então, a amamentação poderá ficar afetada.”
“Tanto para as mães que fazem a cirurgia para a ampliar quanto para reduzir não é impedimento para amamentar“, explica o doutor Corintio Mariani Neto, ginecologista e obstetra, presidente da Comissão Nacional de Aleitamento Materno da Febrasgo e diretor técnico do Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, pai de Adriana, Renata e Cassio e avô de Pedro Henrique, Alexandre e Felipe.
O especialista explica que, no passado, algumas cirurgias de aumento do seio trocavam o mamilo de lugar, o que dificultava o processo para amamentar, mas hoje a prótese de silicone é colocada, na maioria das vezes, atrás da glândula mamária e não impede em nada o aleitamento materno.
Porém vale avisar que caso a prótese seja colocada pelas aréolas, os ductos mamários (canais que levam o leite das glândulas até o mamilo) podem ser atingidos. “A cicatriz, formada ao longo do trajeto para colocação da prótese, atravessa a glândula mamária, alterando a continuidade dos ductos”, explica o cirurgião plástico Rodrigo Rosique, pai de três filhos. Isso quer dizer que não afeta a produção de leite, mas a passagem dele das glândulas para o mamilo. Nesse caso dificulta a amamentação.
A posição para amamentar precisa ser diferente?
A enfermeira Soyama Brasileiro, mãe de Matheus, Lucas e Marina não tem dúvidas: a posição adequada é aquela em que a mãe se sentir mais confortável! Seja no estilo cavalinho, com a mãe deitada ou sentada com o bebê de frente para a mama, o importante é se sentir bem.
A especialista, coordenadora de Aleitamento da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, faz uma observação diferente em relação a cuidados específicos que a mulher deve ter no terceiro e no quarto dia após o nascimento da criança. Nesse período, a produção de colostro, primeiro leite, aumenta. “Por isso, a mãe deve fazer um teste e tocar nas aréolas antes de amamentar. Elas devem estar macias para o seu filho pegar”, ensina.
Muito cuidado
É importante ficar de olho no período em que você colocar prótese e o aleitamento por conta de possíveis complicações. Infecção e acúmulo de sangue, seroma ou leite ao redor da prótese são problemas que podem ocorrer, geralmente, após seis meses de cirurgia. “O que reforça a orientação de não associar prótese e amamentação”, acrescenta o cirurgião plástico.
A contratura, uma complicação das próteses de silicone, é uma das únicas que não aparecem nos seis primeiros meses depois da operação. É comum que nosso organismo forme uma espécie de casca em volta da prótese. “Essa cápsula pode, com o tempo, ficar grossa e vai encolhendo e causando deformidades no seio”, esclarece o cirurgião plástico Wendell Uguetto, pai de Paola e Pietra e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. É uma situação que gera incômodo e pode dificultar a amamentação por causa da dor, mas não interfere na produção de leite.
Colocar a prótese de silicone atrás da glândula mamária pode causar dificuldade na amamentação?
Isso é um mito. A posição da prótese e o perfil (alto ou superalto, por exemplo) e o formato (cônico, redondo e oval) não interferem nos ductos mamários. Em contrapartida, um procedimento que precisa ser analisado com cuidado por quem tem vontade de amamentar é quando o silicone é associado à mastopexia (quando se retira o excesso de pele dos seios) ou à mamoplastia redutora (redução dos seios) porque eles alteram, sim, a estrutura da mama.
Haverá alteração da anatomia e integridade da glândula mamária, além de incisão ao redor da aréola para elevá-las. Quando maior a redução do seio ou a retirada de pele, maior a transformação e as chances da amamentação ser prejudicada.
Também é preciso ficar de olho no período entre a colocação da prótese e o aleitamento por conta das possíveis complicações. Infecção e acúmulo de sangue, seroma ou leite ao redor da prótese são problemas que podem ocorrer, geralmente, após seis meses de cirurgia. “O que reforça a orientação de não associar prótese e amamentação”, acrescenta o cirurgião plástico.
A contratura, uma complicação decorrente das próteses de silicone, é uma das únicas que não aparecem nos seis primeiros meses depois da operação. É comum que nosso organismo forme uma espécie de casca em volta da prótese. “Essa cápsula pode, com o tempo, ficar grossa e vai encolhendo e causando deformidades no seio”, esclarece o cirurgião plástico Wendell Uguetto, pai de Paola e Pietra e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. É uma situação incômoda e pode dificultar a amamentação por conta da dor, mas não influencia na produção de leite.
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