Márcia Alves, uma advogada dedicada com sete anos de atuação em uma renomada empresa, enfrentou uma situação inesperada ao retornar de sua licença-maternidade.
No primeiro dia de seu retorno, sem sequer reassumir suas funções ou ter a oportunidade de reencontrar seus colegas, Alves foi conduzida diretamente a uma sala de reunião onde recebeu a notícia de seu desligamento. “No dia que eu retornei da minha licença-maternidade, cheguei na empresa e já fui direto para uma sala de reunião onde aconteceu o meu desligamento. Em cinco minutos, fui desligada de sete anos de empresa. Não tive a oportunidade nem de trabalhar naquele dia, não recebi nem meus equipamentos de volta, nada…” relatou Márcia a UOL.

A justificativa apresentada pela empresa para tal decisão foi baseada em critérios de performance, uma explicação que contrasta com os feedbacks positivos recebidos por Alves em seu último ciclo de avaliação profissional. Este fato levantou questionamentos sobre a real motivação por trás da demissão, especialmente considerando o contexto de seu recente retorno da licença-maternidade, um período somado a sete meses entre direitos garantidos por lei e férias acumuladas.
Durante sua gestação, Alves já havia percebido sinais de que sua gravidez poderia ser mal recebida no ambiente corporativo. Comprometida com sua função e ciente do impacto potencial, ela se esforçava para agendar consultas médicas fora do horário de trabalho, evitando qualquer possível incômodo.
Apesar de conhecer estatísticas que apontam para uma frequência alarmante de demissões pós-licença-maternidade, Alves não antecipava que se tornaria parte dessa estatística.
Procura por emprego após se tornar mãe
Com o objetivo de retomar sua carreira profissional e sustentar sua família, Márcia agora busca oportunidades para uma recolocação no mercado. Antes de sua licença-maternidade, ela havia se preparado cuidadosamente para a ausência do trabalho, inclusive ordenhando leite para sua filha e contratando suporte para o cuidado infantil durante sua ausência. Mas, de nada adiantou.

Tendo em vista sua atuação atual, a advogada atualmente está passando por vários processos seletivos, a procura de uma solução para o seu desemprego. “É um desafio encontrar energia para participar de processos seletivos depois de um momento de abalo emocional profundo, de ser demitida após a licença-maternidade e ainda ouvir os comentários que, infelizmente, a gente sabe que são uma realidade para a mulher que é mãe. Mas sigo firme na busca da minha recolocação. Como costumo dizer, as mulheres não têm tempo para luto, temos que correr atrás e seguir em frente ” desabafou Márcia.