No meio de tantas novidades que a gestação traz, uma sigla pode assustar: PUPPP. O nome completo é complicado (pápulas e placas urticariformes e pruriginosas da gravidez), mas entender o que é essa condição é mais simples do que parece. Apesar de não ser muito falada, ela é relativamente comum: afeta cerca de 1 em cada 160 grávidas no mundo.
Geralmente, ela aparece no terceiro trimestre e é caracterizada por uma coceira intensa, daquelas que tiram o sossego. Mas não se preocupe: mesmo sendo incômoda, a PUPPP é inofensiva para a gestante e para o bebê.
O que é PUPPP e por que aparece?
A PUPPP é uma erupção cutânea que forma placas e inchaços, geralmente vermelhos ou mais escuros que o tom natural da pele. Eles começam a surgir próximo às estrias da barriga, mas sem atingir o umbigo. E, quando menos se espera, já podem estar se espalhando para coxas, seios, nádegas e até braços.
Ela costuma aparecer por volta da 35ª semana de gravidez, mas pode dar as caras um pouco antes. O curioso é que, assim como chegou, ela vai embora sozinha, geralmente nas semanas que seguem o parto. Ou seja, apesar do desconforto, é uma condição temporária.
Ainda não se sabe exatamente o que causa a PUPPP. Uma das teorias mais aceitas é que o rápido estiramento da pele da barriga durante a gestação, além de causar as famosas estrias, também pode provocar inflamações que resultam nas placas.
Embora qualquer gestante possa ter PUPPP, alguns fatores aumentam a probabilidade: gestação pela primeira vez, gravidez de múltiplos e pele branca estão entre os principais. Mas, como tudo na gravidez, cada corpo reage de um jeito, e não há uma regra exata.
Sintomas que merecem atenção
O principal sintoma é a coceira, daquelas que não passam despercebidas. Além disso, é comum notar:
- Inchaços próximos às estrias da barriga
- Placas avermelhadas ou mais escuras que o tom de pele
- Erupções que se espalham pelas coxas, nádegas, braços e seios
- Coceira persistente, que pode até atrapalhar o sono ou as tarefas do dia a dia
Nas peles claras, as placas tendem a ser avermelhadas. Já nas peles negras, podem ter um tom um pouco mais escuro que a cútis.

O diagnóstico geralmente é feito por exclusão, após uma avaliação clínica e análise do histórico médico. Em alguns casos, o profissional pode pedir exames de sangue para verificar funções hepáticas e outros indicadores. Se ainda houver dúvida, uma biópsia da pele pode ser solicitada, embora isso seja mais raro.
Como tratar a PUPPP durante a gestação
A PUPPP costuma desaparecer algumas semanas após o parto. No entanto, como a coceira pode ser intensa, é comum que o médico prescreva pomadas ou medicamentos para aliviar o desconforto. E nada de se automedicar — o ideal é sempre conversar com o especialista.
Dicas que podem ajudar:
- Tomar banhos frios
- Usar compressas geladas
- Apostar em roupas de algodão, leves e arejadas
Se a coceira estiver insuportável, é fundamental voltar ao consultório para ajustar o tratamento.
Infelizmente, não há uma forma garantida de evitar a PUPPP. Mas, assim que surgirem os primeiros sinais, o ideal é procurar o obstetra ou dermatologista para começar os cuidados e aliviar os sintomas o quanto antes.
PUPPP oferece risco para a mãe ou o bebê?
Apesar do nome estranho e dos sintomas desagradáveis, a PUPPP não representa risco para a gestante nem para o bebê. Também não costuma deixar marcas na pele após o fim da gestação.
E uma boa notícia: quem teve PUPPP em uma gravidez, tem menos chance de desenvolver a condição novamente em gestações futuras. Ou seja, apesar do desconforto temporário, o foco deve estar em manter o bem-estar até o grande dia da chegada do bebê.










