Toda gravidez deve ser levada com muito cuidado, mas a gestação de gêmeos deve ser acompanhada com cautela redobrada, com o perdão do trocadilho. Além de terem dois bebês dentro da barriga precisando de avaliação, existem algumas complicações que só atingem mulheres grávidas, como a síndrome da transfusão feto-fetal.
Essa condição pode ocorrer com as gestações monocoriônicas, na qual os gêmeos idênticos são envoltos por uma placenta, de acordo com o ginecologista Javier Miguelez, pai de Pedro e Gabriel, e especialista em medicina fetal do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim.
O ideal para quem está em uma gravidez univitelina é procurar um especialista em medicina fetal para fazer a ultrassonografia, já que por volta da 16 semana já é possível identificar a síndrome.
O acompanhamento deve ser feito até a 18 semana. “Caso não se identifique até a 24 semana, as chances de se desenvolver a síndrome são muito baixas”, tranquiliza o ginecologista. Mas como é essa síndrome?
O ginecologista conta que a relação dos dois irmãos dentro da barriga da mãe é como se fosse a comunicação entre dois países. Se os dois exportam e importam na mesma quantidade, os dois lados crescem. Já se um lado importa mais do que exporta, a relação fica desbalanceada um país fica mais fraco.
O mesmo acontece com os bebês na síndrome. Como os dois recebem sangue e nutrientes dos cordões umbilicais da mesma placenta, um dele pode acabar recebendo maior volume de sangue e, consequentemente de nutrientes.
Para dar conta de todo esse volume, o coração desse bebê vai precisar bombear mais rápido. “Com isso, o músculo do coração fica mais espesso. Assim, o coração pode se dilatar e começar a falhar, causando insuficiência cardíaca”, complementa o médico.
O bebê que recebe maior volume de sangue, também chamado de “receptor” também urina mais, aumentado o líquido amniótico dentro da placenta. Esse excesso de líquido pode causar até um parto prematuro.
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