
Nas minhas palestras uma pergunta é muito frequente: como controlar o tempo das crianças com as tecnologias? Acho que essa questão incomoda porque, lá no fundo, sabemos que controlar os filhos é uma ilusão. Mas também imagino que o incômodo vem de sabermos que excessos não são bons. Nem pra eles nem para nós.
Existe fórmula mágica para que os filhos fiquem menos tempo na frente das telinhas? Bem, antes de contar vai aqui a minha experiência com o tempo. Meu trabalho exige saber administrar bem o tempo. Preciso cumprir prazos e preciso de tempo para ouvir, com carinho, as famílias que compartilham suas vidas comigo.
Como mãe a tarefa de administrar o tempo é bem mais complexa. Não é só o meu tempo para organizar. E tenho sempre que lembrar que cada uma tem o “seu próprio tempo”. Hoje eu sei que ser educado desde pequeno para administrar o tempo é possível. Eu só fui aprender depois de adulta. E o fato de não ser orientada antes fez muita falta pra mim.
A geração atual de crianças tem dificuldade em entender o valor do tempo. São muitos estímulos ao mesmo tempo. Parece até pecado não fazer tudo que é proposto. Nós podemos mudar esse cenário com a ajuda das tecnologias. Elas, que parecem roubar o nosso tempo, oferecem uma boa oportunidade de ensinar sobre o tempo.
E os desenvolvedores de aplicativos e redes sociais estão dando uma forcinha pra nós. Em tablets, celulares e games, os chamados “screen time” ou “tempo de uso” permitem a configuração de tempo para os aplicativos, acesso à internet e até mesmo o desligamento do aparelho. Depois do tempo estipulado o aplicativo ou equipamento é travado.
Mas como decidir o tempo ideal? A Sociedade Brasileira de Pediatria traz algumas orientações através do Manual de Orientações para crianças na internet. Porém eu sempre digo: cada família constrói as suas próprias regras com muito respeito às características de cada filho e da própria família.
Eu sugiro um planejamento feito junto com as crianças. Principalmente a partir dos 6 anos, elas já podem aprender como organizar o seu próprio tempo. E aí, vai valer para tudo: tempo de banho, de estudos, de brincadeiras, de descanso e de ócio.
Então, sem medo de ser feliz e fazendo o melhor para a saúde e a experiência do seu filho, planejem juntos o tempo para tecnologias. Ah, a fórmula mágica que eu prometi antes é essa aqui: planejamento + conversas em família + informação = experiências tecnológicas felizes!
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