Que toda mãe ganha uma batalha para o resto da vida ao dar à luz a um filho, isso todo mundo sabe. Os choros, os sorrisos, as primeiras palavras. As grandes e pequenas descobertas. O olhar de um filho. Toda mãe que pergunta a uma mulher solteira “Você tem filho?” – e a resposta vem na negativa – diz: “Pensa bem antes de ter um, então”. Depois de um silêncio, a mãe completa “Mas vale à pena. Não tem nada no mundo que se compare”.
Nada no mundo se compara à luta da mãe. Ser mãe é ir à luta todo dia, se sacrificar, virar noites em claro, angustiar-se com preocupações e perguntas que o tempo vai, aos poucos, respondendo. É encher-se de culpas (muitas vezes desnecessárias). Mas ser mãe é ser cheia de amor. É ter uma alegria no peito inexplicável pelo simples fato de ser. Mãe não está, mãe é.
Cyndie French é uma dessas guerreiras. E das mais bravas, dessas que a vida surpreende, que o tempo responde de uma forma triste. Ela é mãe de Dereck, que tinha câncer e morreu com apenas 11 anos. Durante um ano, o fotógrafo Renée C. Byer acompanhou o dia a dia e a luta dos dois contra a doença. Uma série fotográfica devastadora, que nos traz emoção e empatia pelo sofrimento e força dos retratados. Em forma de amor e devoção, Cyndie representa muitas outras mães que sofrem com filhos doentes.
Derek sofria de um neuroblastoma, doença que se desenvolveu em seu abdômen e que foi invadindo ossos e órgãos. Renée C. Byer trabalhava para um jornal na Califórnia, The Sacramento Bee, quando decidiu captar a história deste menino – e de sua mãe.
Ganhadora do Prêmio Pullitzer, para “Feature Photography”, em 2007, a série “A Mother’s Journey” de Byer tem imagens fortes, retratando momentos passados no hospital, entre exames e preparação para cirurgia, mas também instantes de lazer entre mãe e filho, como quando Cyndie deixou Derek dirigir seu carro, sabendo que ele nunca teria a chance de ter carta de motorista.