Joshlin Smith é uma menina sul-africana de apenas seis anos, que desapareceu há mais de um ano, em fevereiro de 2024, em Saldanha Bay, na África do Sul, e sua história tomou rumos devastadores.
Desde fevereiro do ano passado, a população local e até mesmo pessoas de fora do país acompanhavam, com esperança e apreensão, as buscas por Joshlin. Mas a última revelação vinda do julgamento de sua mãe, Kelly Smith, tirou o fôlego de todos: foi ela mesma quem vendeu a filha. E o motivo seria os olhos de cor verde da menina e a cor da sua pele.
A busca incansável por Joshlin
Logo após o sumiço de Joshlin, vizinhos, voluntários e autoridades locais se uniram em uma campanha intensa para encontrá-la. Cartazes, buscas em áreas remotas, investigações, mas nada parecia ser o suficiente. A esperança, porém, continuava viva, até que os desdobramentos do caso começaram a apontar para um cenário assustador.
Na última sexta-feira, 2 de maio, a Justiça sul-africana condenou Kelly Smith por envolvimento direto no desaparecimento da própria filha. Segundo as investigações, Kelly teria entregue Joshlin a um sangoma – que são legalmente reconhecidos na África do Sul pela Lei dos Praticantes de Saúde Tradicional de 2007, juntamente com herbalistas, parteiras e cirurgiões tradicionais – em troca de dinheiro. A motivação para esse ato cruel seria o interesse nas características físicas da menina, especialmente seus olhos e pele.
Mas Kelly não agiu sozinha. Junto dela, também foram condenados o namorado, Jacquen Appollis, e um amigo do casal, Steveno van Rhyn. Todos alegam inocência, mas os indícios e testemunhos apontam para uma trama premeditada.
Reações durante o julgamento
O clima no Centro de Multipropósitos de Saldanha, onde o julgamento foi realizado, era tenso. A população compareceu em peso e ruas ao redor precisaram ser fechadas. Quando o veredito foi anunciado, Kelly caiu em prantos. Já o público presente reagiu com aplausos, aliviado por ver alguma forma de justiça sendo feita.
A avó materna de Joshlin, Amanda Daniels-Smith, estava lá. Visivelmente abalada, ela declarou estar revoltada com a própria filha e exigiu que ela revelasse o paradeiro da neta: “Ela precisa dizer onde a minha neta está”.
Testemunhos chocantes de quem convivia com a família
Durante o julgamento, vizinhos, professores e até um pastor trouxeram à tona relatos assustadores sobre o comportamento de Kelly antes e depois do desaparecimento. Uma vizinha chamada Lourentia Lombaard contou que a mãe havia dito que “fez uma coisa boba” ao vender a filha. O pastor relatou que Kelly chegou a dizer que venderia seus filhos por 20 mil rands cada, que é o equivalente a mais ou menos R$ 6 mil, mas que até aceitaria bem menos, certa de R$ 1550.
A professora de Joshlin também prestou depoimento e disse que ouviu da própria mãe que a filha estaria em um navio, dentro de um contêiner, indo para a África Ocidental. Uma fala que, infelizmente, reforça as suspeitas de tráfico humano.
As investigações devem ser encerradas, mas além das suspeitas de tráfico humano, também há ocorrências de rituais, onde tirar a vida de uma criança faz parte do processo.