A chegada do bebê traz mudanças e novos desafios. Entre as dúvidas que surgem, a amamentação em livre demanda é uma prática que pode ser recomendada por profissionais de saúde. Segundo o Ministério da Saúde, essa abordagem tem várias vantagens tanto para a mãe quanto para o bebê. Para entender melhor como funciona, conversamos com especialistas que esclarecem as principais questões sobre o tema.
O que é a amamentação em livre demanda?
Amamentação em livre demanda significa oferecer o peito ao bebê sempre que ele apresentar sinais de fome, sem seguir um horário fixo. Essa prática exige disponibilidade da mãe e respeita o ritmo do bebê. Diferentemente de um intervalo preestabelecido, como o tradicional a cada três horas, a livre demanda considera as necessidades individuais da criança.
Benefícios para mãe e bebê
A amamentação em livre demanda auxilia na produção de leite. Com as mamas frequentemente esvaziadas, há menos risco de mastite e ingurgitamento mamário. Para o bebê, os benefícios vão desde um maior conforto emocional até um sono mais tranquilo, além da absorção das propriedades do leite materno, fundamental para o crescimento.
Uma mamada bem realizada pode aumentar o espaço entre as alimentações, trazendo mais tranquilidade para a rotina familiar. A livre demanda não é sinônimo de sofrimento para a mãe, mas uma forma de equilibrar as necessidades do bebê com o bem-estar materno.
Até quando fazer?
A livre demanda pode ser mantida enquanto o bebê continuar mamando no peito. Com o tempo, os intervalos entre as mamadas tendem a aumentar, principalmente após os seis meses, quando inicia a introdução alimentar. O importante é observar os sinais do bebê, sem depender do relógio.
A necessidade de acordar o bebê
Na livre demanda, o bebê geralmente não precisa ser acordado para mamar. No entanto, casos específicos, como prematuros ou filhos de mães diabéticas, exigem atenção. Nessas situações, é fundamental seguir as orientações do pediatra.
Mamada a cada três horas: mito ou verdade?
A ideia de que a amamentação precisa acontecer a cada três horas é um mito. Esse conceito vem da cultura da mamadeira, onde o volume é fixo e os intervalos são padronizados. Com o leite materno, a quantidade ingerida varia a cada mamada, assim como o espaçamento entre elas. A prioridade deve ser respeitar o ritmo do bebê.
O que fazer se o bebê quiser mamar o tempo todo?
Se o bebê aparenta fome constante, pode ser necessária uma avaliação profissional. Isso pode indicar dificuldade na amamentação ou baixa eficácia durante as mamadas. No entanto, é normal que recém-nascidos tenham intervalos curtos entre as mamadas devido ao estômago pequeno e à fácil digestão do leite materno.
Recomendações para uma boa experiência
A observância aos sinais do bebê é essencial. Um indicativo de que ele está sendo bem alimentado é a presença de xixi em todas as trocas de fralda e fezes algumas vezes por dia nos primeiros meses. Além disso, o momento da amamentação deve ser prazeroso para a mãe e a criança.
Embora a livre demanda exija dedicação, é importante ouvir a mãe. Se o cansaço ou o estresse estiverem presentes, a rede de apoio, que inclui a família e profissionais de saúde, é essencial para garantir que a experiência seja positiva para todos.
Rede de apoio
O apoio do pai, familiares e profissionais é vital para o sucesso da amamentação em livre demanda. Essa colaboração ajuda a mãe a descansar e desfrutar desse momento único com o bebê, fortalecendo os laços afetivos.
Consultoria: Dr. Paulo Telles, pediatra e Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra e consultora de amamentação