O ator Paddy McGuinness falou abertamente em um documentário da BBC que foi lançado na última quarta-feira, Paddy And Christine McGuinness: Our Family And Autism, onde contou que no começo foi difícil aceitar o diagnóstico de autismo dos filhos. Paddy é casado com Christine e juntos tiveram Felicity, 5, e os gêmeos Penelope e Leo, 8 anos.
Christine também foi diagnosticada com autismo e abriu a intimidade da vida familiar no documentário. Nele, Paddy fala sobre como lutou para aceitar os diagnósticos das crianças. “Os primeiros dias, antes de termos um diagnóstico, foram muito difíceis. Eles não dormiam, tinham colapsos com ruídos altos e luzes fortes. Nada do que fazíamos ajudava. Então, mantivemos as cortinas fechadas e quase ninguém vinha em casa”, lembra.
Admitindo que acabou consultando um terapeuta depois de entrar em depressão e se recusando a falar sobre isso, ele acrescentou: “Isso me ‘decepou’, com todas as coisas que você tem que fazer, que tem que lidar como pai de crianças com autismo. Ocorreu-me que, é isso, é isso para sempre. Não existe ‘eles vão melhorar com o passar dos anos’.”
“Em toda aquela névoa de depressão clínica, se você tivesse me dado a chance de tirar o autismo dos meus filhos, eu teria dito ‘sim’, mas o autismo é parte de quem eles são, então por que eu iria querer tirar uma parte dos meus filhos que eu amo? Não estava infeliz por mim. Só estava estressado com a coisa toda, mas trabalhei muito porque pensei que a única coisa que posso fazer por essas crianças é dar a eles uma vida onde eles se sintam o mais confortáveis possível. Eu deveria ter pensado que preciso dar a eles o máximo de amor que puder. É mais sobre ter tempo com eles. Eu percebo isso agora”, explicou.
Christine admitiu que também ficou chateada no início. “Fiquei muito chateada com isso porque não entendia. Depois que entendi, percebi que não muda meus filhos em nada. Meu marido enterrou a cabeça no trabalho. Às vezes, ele simplesmente não consegue lidar com isso. Há momentos em que eu quero sacudi-lo e dizer: ‘Vá em frente. Não é tão ruim assim’. Mas, então, o lado mais suave de mim pensa como deve ser horrível viver em uma casa com crianças que talvez você não entenda ou talvez deseje não ter essa condição”, disse ela.