Na quarta-feira, 04 de outubro, as investigações sobre o acidente aéreo que resultou na morte da cantora sertaneja Marília Mendonça, que faleceu aos 26 anos de idade, e outras quatro pessoas que estavam a bordo, chegaram ao fim após quase dois anos.
Em coletiva de imprensa, a Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito e atribuiu a queda do avião a um erro dos pilotos, Geraldo Martins de Medeiros Júnior e Tarcísio Pessoa Viana. Um dos delegados do caso indicou que houve negligência e imprudência por parte de ambos.
Entretanto, como os dois pilotos também morreram no acidente, o caso deve ser arquivado. As investigações também concluíram que não aconteceu falha mecânica na aeronave ou mal súbito dos pilotos. Porém, a família da cantora tem ressalvas sobre a conclusão do caso.
O irmão de Marilia, João Gustavo, declarou que ainda há o que esclarecer sobre o acontecido. “Faltou transparência. Para a família continua a dúvida. Achamos que para eles foi cômodo culpar os pilotos e isentar a companhia energética de Minas Gerais. Eles mesmo se culparam sinalizando os fios de alta tensão após o acidente. Isso é um fato, e contra fatos não há argumentos”, disse em entrevista ao Splash.
João Gustavo também falou sobre como está Ruth Dias, mãe dele e de Marilia. “Assim que o inquérito for entregue ao poder judiciário, iremos acompanhar e indagar certas questões que ainda não foram respondidas. Minha mãe, assim como eu, espera respostas claras e objetivas. Acreditamos que a justiça ainda não foi feita e o caso não foi solucionado”, apontou.
Por fim, o irmão da cantora sertaneja que ficou conhecida como “Eterna Rainha da Sofrência”, mostrou esperança dele e da família de que terão a conclusão que esperam. “Somos pessoas de fé e acreditamos que a justiça de Deus será feita. Essa não falha. Teremos um esclarecimento sobre os fatos”, finalizou.
A nota divulgada pela assessoria jurídica afirma que a culpa foi colocada em pessoas que também são vítimas. “Percebe-se que há um direcionamento para imputar aos tripulantes a responsabilidade exclusiva para a causa do acidente”, relata Dr. Robson Cunha que assina o documento.
O advogado também alegou que as provas são inconsistentes. “O que nos deixa com mais dúvidas do que com respostas, é o fato de terem sido apresentados argumentos ‘rasos’ da ocorrência. O delegado responsável não demonstrou esforços para apresentar provas periciais capazes de ultrapassar alegações comuns e midiáticas acerca do caso”, escreveu.
Além disso, a assessoria jurídica afirma que o sofrimento da família foi prolongado sem motivo aparente. “Essa demora apenas fez estender aos familiares uma angústia pela espera e a ineficiência do Estado de Minas Gerais em manter sob sua guarda o material do inquérito policial que era sigiloso, permitindo que um policial divulgasse na internet fotos do exame de necropsia da artista Marília Mendonça”, alegou.
Por fim, o advogado disse que irão responder perguntas que ainda ficaram. “Por que não foi respeitada a normativa internacional que obriga a sinalização nos cabos de energia existentes entre vales? Por que a localização do aeródromo nas coordenadas que são disponibilizadas aos pilotos pelos órgãos competentes estava errada? A quem competia a obrigação de fiscalizar a sinalização nos cabos de energia?”, finalizou.