O ex-jogador de futebol americano Michael Oher ganhou fama no mundo inteiro quando sua história de vida foi contada no filme “The Blind Side – Um Sonho Possível”, lançado em 2009 e que rendeu um Oscar à atriz Sandra Bullock.
A inspiradora história do garoto pobre que foi adotado por uma família rica e chegou ao ápice do esporte graças ao seu apoio, porém, pode ter sido baseado numa mentira. É o que alega o próprio Oher num processo aberto contra sua suposta família adotiva, os Tuohy, nesta segunda-feira, 14 de agosto, em Tennessee, EUA.
De acordo com o processo, Michael Oher jamais foi adotado por Leigh Anne Tuohy e Sean Tuohy, que o aceitaram em sua casa quando ele ainda estava no ensino médio. O casal teria convencido o atleta em 2004, três meses após ele completar 18 anos de idade, a assinar um acordo que os tornava seus “conservadores”, o que lhes dava autoridade legal para fazer acordos comerciais em seu nome.
Segundo Oher, os Tuohy teriam lhe dito que conservadores eram praticamente a mesma coisa que pais adotivos, mas que, por ele ser maior de idade, as leis ditavam que não poderiam adotar. Em fevereiro deste ano, contudo, o ex-jogador descobriu que o acordo não lhe dava nenhuma relação de parentesco com a família, e que ele entregou autoridade sobre seus assuntos financeiros apesar de não ter nenhuma deficiência física ou psicológica.
O processo acusa Leigh Anne e Sean Tuohy, além de seus dois filhos, de lucrarem em cima da história de Oher sem dividir nada com ele. O filme “Um Sonho Possível” rendeu cerca de US$ 300 milhões na bilheteria e mais dezenas de milhões de dólares em vendas de vídeos caseiros. Segundo a ação, cada um dos Tuohy recebeu US$ 225 mil de royalties, além de 2,5% dos lucros do filme, e Oher teria assinado um contrato em 2007 no qual entrega os direitos de sua história sem nenhum pagamento por isso. O atleta afirma que não se lembra de ter assinado esse contrato e que jamais recebeu nenhum dinheiro pelo filme.
A petição de Oher pede que seja encerrado a posição de conservadores de Leigh Anne e Sean Tuohy, e que impeça o casal de usar seu nome e imagem. Além disso, pede uma contabilidade completa do dinheiro que a família recebeu usando o nome do atleta, e que o casal pague sua parte dos lucros, além de danos compensatórios não especificados.
A família Tuohy ainda não se manifestou oficialmente sobre o processo. Seu advogado, Steve Farese, também recusou comentário e disse que deve emitir uma resposta oficial por vias legais nas próximas semanas.
Michael Oher, com 37 anos, chegou à NFL em 2009 e jogou na liga por oito temporadas, passando por Baltimore Ravens, Tennessee Titans e Carolina Panthers. Ele ajudou os Ravens a conquistarem o Super Bowl em 2012-2013 e também foi à decisão do campeonato em 2015-2016 com os Panthers.