Após quase três meses do ocorrido, o laudo da morte de Joca, cachorro da raça Golden Retriever que teve o seu destino final trocado enquanto viajava com o seu tutor, João Fantazzini, foi concluído pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP). A conclusão do laudo dizia que a causa da morte de Joca foi um choque cardiogênico, o coração dele não conseguia bombear sangue para os órgãos, além de uma alteração cardíaca que também consta no laudo.

O trajeto que ele deveria ter percorrido demoraria 2h30, mas com os erros cometidos, esse caminho demorou cerca de 8 horas. Além do tempo elevado do animal nestas condições, uma testemunha disse que a caixa em que ele estava foi colocada solta no porão de bagagens.
A veterinária Fátima Martins afirma que o choque cardiogênico foi causado pela hipertermia, a elevação da temperatura corporal, e por isso, Joca sofreu parada cardiorrespiratória. De acordo com ela, a falência cardíaca foi por desidratação. “Cachorros de raça grande têm normalmente alterações no coração, principalmente em situação de estresse. Mas no Joca as alterações cardíacas não levariam a óbito se ele não tivesse essa desidratação severa. A morte, o choque cardiogênico foi provocado pela hipertermia”, explicou a profissional.

Mesmo que Joca tivesse alguma comorbidade, ele vivia muito bem com elas, não tinha nenhuma limitação, mas com o agravante da hipertermia, ele ficou desidratado e teve um choque hipovolêmico. Mas a veterinária também ressaltou que só o estresse que ele estava passando naquela viagem já seria o suficiente para causar a sua morte.

O advogado de João Fantazzini, tutor de Joca, entende que o principal motivo do choque cardiogênico foi o estresse com o agravante do calor, “Até porque ele foi levado de São Paulo a Fortaleza dentro da caixa totalmente solto sem qualquer equipamento de segurança. Esperamos que com a conclusão do laudo que as investigações aponte o responsável pelos maus-tratos sofrido pelo Joca”, conta o defensor da vítima.