O crime cometido contra Vitória Regina, jovem de 17 anos, em Cajamar, na Grande São Paulo, gerou grande repercussão, e a investigação policial segue em busca da verdade. Em uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 10 de março, a polícia fez uma atualização importante: descartou o pai da jovem, Carlos Alberto Souza, como suspeito. Algumas horas antes, ele havia sido colocado na lista de suspeito, pegando todos de surpresa, incluindo o seu advogado. A decisão vem depois de uma série de acontecimentos e novos depoimentos que ajudaram a esclarecer os rumos do caso.

A inclusão do pai como suspeito
Inicialmente, a polícia havia incluído Carlos Alberto Souza na lista de suspeitos devido a algumas atitudes que chamaram a atenção durante a investigação. Um dos fatores que levantou suspeitas foi o pedido de um terreno ao prefeito de Cajamar, feito logo após a confirmação da morte de sua filha. Além disso, a polícia mencionou o que considerou um “comportamento estranho” do pai, que teria solicitado o terreno como uma forma de assegurar algo em meio ao caos do luto.
No entanto, a defesa de Carlos Alberto, representada pelo advogado Fabio Costa, rapidamente se posicionou contra essa acusação. O advogado considerou a decisão de incluí-lo entre os suspeitos como “absurda”. Segundo ele, Carlos Alberto nunca foi ouvido formalmente pela polícia e, por isso, não teve a chance de esclarecer a situação. Além disso, o advogado mencionou que o pai da jovem não havia sido questionado sobre os detalhes do desaparecimento de Vitória, como o fato de ele ter tentado ligar várias vezes para a filha no dia do sumiço, e a Polícia assumiu esse fato como omissão da informação.
Desdobramentos da investigação: primeira prisão e novas evidências
Enquanto o pai de Vitória foi retirado da lista de suspeitos, a investigação continuou avançando. No último sábado, dia 8 de março, a Polícia Civil de São Paulo fez a primeira prisão relacionada ao caso. Maicol Antônio Sales dos Santos, de 27 anos, foi detido sob a suspeita de envolvimento na morte da jovem. Ele é o dono do carro que foi visto próximo ao local do desaparecimento da menina. A prisão foi autorizada pela Justiça, após um pedido dos investigadores, que alegaram haver provas suficientes para a detenção temporária.
O que levou os investigadores a prenderem tal suspeito foram uma série de contradições em seus depoimentos. Ele havia afirmado inicialmente, que estava em casa com a esposa na noite em que Vitória desapareceu, no dia 26 de fevereiro. No entanto, ao ser interrogada, a esposa desmentiu essa versão, afirmando que não estava com ele naquele momento e só o encontrou no dia seguinte. Além dos relatos que geraram desconfiança, manchas de sangue foram encontradas no veículo de Maicol através de um luminol. A perícia encaminhou a amostra para descobrir se o sangue é de Vitória Regina, aumentando ainda mais a suspeita.

Além disso, depoimentos de vizinhos levantaram suspeitas sobre o comportamento de Maicol. Dois moradores da área relataram movimentações estranhas em torno da casa onde ele reside, incluindo o fato de o carro do suspeito, um Toyota Corolla, não estar estacionado como de costume na noite do desaparecimento de Vitória. Maicol alegou que o veículo estava dentro da garagem, mas a versão não convenceu os investigadores, que consideraram isso mais uma evidência de que ele estava tentando encobrir algo.
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