Para aumentar as chances de ter um filho saudável, o casal deve calibrar sua própria saúde cerca de um ano antes de começar as tentativas de conceber. Essa é a base de um estudo chamado epigenética. Segundo o ortopedista Uronal Zancan, que estuda o assunto, a epigenética seria mais significativa do que a própria genética para definir algumas características da futura criança.
“Um exemplo são pais que sempre foram gordos, com gene para obesidade, mas que, na época da concepção, emagreceram.” Ele explica que, devido a essa mudança de hábito, o filho terá uma tendência menor de ser obeso.
Os fatores genéticos dos pais, claro, serão levados aos seus herdeiros. Porém, as ações em prol da saúde serviriam como um bloqueio para a manifestação dos genes. “A epigenética também tem influência fundamental em aspectos como força muscular, capacidade cardiovascular, perfil hormonal e nos sistemas e aparelhos do corpo.”
O médico esclarece que o conceito de epigenética é muito recente, assim como a descoberta de que ela é repassada não só aos filhos, mas também aos netos. De acordo com ele, a informação surgiu em uma pesquisa de 2013, publicada na conceituada revista científica norte-americana”Cell”.
“Assim como a obesidade, todas as condições dos pais seguem por duas gerações: estresse, depressão, fraqueza, doenças degenerativas, entre outros”, diz. Ou seja, eles não só transmitem a proteção (ou não) contra as doenças, mas as condições de saúde que estão vivendo no momento da concepção.
Para quem ainda não conhecia o conceito de epigenética e já engravidou, o médico ressalta que, embora não seja o cenário ideal, é possível minimizar os efeitos. “A primeira ação é adotar os hábitos mais saudáveis possíveis. A única forma de educar nossos filhos é sermos o modelo do comportamento que queremos deles.”
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