Se há alguns anos a ideia de ser mãe ou pai depois dos 40 causava espanto, hoje em dia isso virou praticamente rotina. Dados recentes mostram que, pela primeira vez, mais pessoas com 40 anos ou mais estão tendo filhos do que adolescentes. Sim, essa virada histórica aconteceu, e ela diz muito sobre as mudanças na forma como as famílias estão sendo construídas.
A pesquisa foi feita pelo Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos Estados Unidos e revelou que o número de nascimentos por adolescentes caiu, enquanto o de pessoas com mais de 40 aumentou. E não é pouca coisa: entre 1990 e 2023, a taxa de natalidade entre pessoas de 35 a 39 anos subiu 71%. Já na faixa dos 40 a 44 anos (e até mais), o aumento foi de impressionantes 127%.
A queda na taxa de natalidade geral também chama atenção
Ao mesmo tempo em que o perfil das pessoas que têm filhos está mudando, o número total de nascimentos vem diminuindo. Entre 1990 e 2023, houve uma queda de 14% no total de nascimentos. Em 2023, a média de filhos por família caiu para 1,62 — um dos índices mais baixos da história.
Entre os motivos estão o alto custo de vida, o valor das moradias, das creches e, claro, o desejo de muitas pessoas em priorizar a carreira, os estudos, as viagens e a estabilidade emocional antes de embarcar no universo parental.
Por que tanta gente está deixando para ter filhos mais tarde?
As razões são muitas e bem compreensíveis. Um dos principais fatores é o avanço da tecnologia relacionada à fertilidade. Técnicas como congelamento de óvulos e fertilização in vitro tornam possível planejar a chegada de um bebê mesmo quando o tempo biológico parece mais apertado.
Além disso, muita gente prefere esperar por mais estabilidade financeira, segurança emocional e um relacionamento sólido. Afinal, construir uma família não é tarefa fácil — e poder contar com uma rede de apoio (e uma conta bancária menos apertada) ajuda bastante.
Tem também quem sinta que só está pronto para cuidar de outra vida depois de conhecer melhor a si mesmo. A maturidade traz segurança, paciência e uma visão mais clara das prioridades.

Ter filhos após os 40 pode trazer desafios — mas também muitos benefícios
É claro que a maternidade e a paternidade após os 40 têm seus riscos. A medicina aponta chances maiores de complicações como pressão alta, diabetes gestacional e parto por cesárea. Mas, por outro lado, os benefícios também chamam atenção.
Pessoas mais velhas tendem a adotar hábitos mais saudáveis, têm mais experiência de vida e costumam planejar melhor a gravidez. Além disso, há estudos sugerindo que ter filhos mais tarde pode estar associado a uma vida mais longa e até a um cérebro mais saudável com o passar dos anos.
O que tudo isso nos mostra?
A decisão de ter filhos (e quando tê-los) é profundamente pessoal e envolve uma combinação de fatores emocionais, sociais, financeiros e até filosóficos. Mas o que os dados deixam claro é que estamos vivendo uma transformação na forma como as famílias são formadas.
A boa notícia é que, cada vez mais, as escolhas individuais estão sendo respeitadas. Ter filhos aos 20, aos 30 ou aos 40 não é mais uma questão de certo ou errado, e sim de o que faz sentido para cada história.
No fim das contas, o mais importante é ter a liberdade de escolher o melhor momento — e saber que, independente da idade, sempre haverá desafios e recompensas incríveis no caminho da parentalidade.