Victoria Hill, mãe de dois filhos e hoje com 40 anos, decidiu fazer um teste de DNA em casa. O que parecia ser apenas um teste simples, adquirido por conveniência, acabou revelando um segredo que mudaria sua vida — e a da sua mãe. Ela compartilhou essa descoberta impactante em rede nacional, durante uma participação no programa britânico This Morning.
O que Victoria descobriu não foi uma simples surpresa genética. A revelação foi um choque profundo sobre sua origem e virou sua vida familiar de cabeça para baixo: ela tinha 23 meio-irmãos espalhados por aí. E, como se isso não fosse chocante o suficiente, um deles havia sido seu namorado nos tempos de colégio.
O elo: um médico de confiança
A princípio, Victoria ignorou os resultados do teste. Porém, uma mulher, que mais tarde ela descobriria ser sua meia-irmã, começou a enviar e-mails repetidamente. Foi quando essa mulher perguntou se a mãe de Victoria havia procurado ajuda na Clínica de Tratamento de Fertilidade de Yale, que Victoria começou a perceber que o médico que havia tratado sua mãe durante anos poderia ser, na verdade, o responsável por essa complexa situação — e possivelmente seu pai biológico.
Esse médico era o Dr. Burton Caldwell, que, durante mais de oito anos, havia afirmado estar usando sêmen de um doador anônimo para ajudar Maralee, mãe de Victoria, a engravidar. O que nunca foi revelado, porém, foi que o “doador” era ele mesmo. Caldwell usou seu próprio esperma, sem o consentimento da paciente.
E o médico? Sem arrependimentos
Embora o Dr. Caldwell tenha falecido, Victoria teve a oportunidade de confrontá-lo antes de sua morte. Quando ela o questionou sobre seus atos, a resposta dele foi surpreendentemente fria e direta: “Era isso que eu fazia: bebês”. Ele não ofereceu desculpas, nem demonstrou qualquer sinal de arrependimento. Para ele, parecia que sua prática era apenas parte do trabalho.
Confira a entrevista em que ela conta sobre o caso na íntegra:
A prática ainda não é considerada crime federal
O mais chocante, para muitos, é que essa prática, que pode ser considerada uma fraude, ainda não é considerada um crime federal nos Estados Unidos. Victoria, por sua vez, não está sozinha. Ela descobriu que pelo menos outras 23 pessoas nasceram da mesma forma e, mais alarmante ainda, há indícios de que mais de 80 médicos possam ter cometido o mesmo erro ético em diversas clínicas de fertilização ao redor do país.
A luta por justiça e mudanças nas leis de fertilização
Desde essa descoberta, Victoria se tornou uma voz ativa na luta por mudanças nas leis de reprodução assistida. Para ela, o que aconteceu não é apenas um erro ético, mas uma violação grave de confiança e consentimento. “Minha mãe não consentiu com o esperma dele, e eu não consenti em ter um número crescente de irmãos, que continuará crescendo”, disse Victoria, expressando a dor que essa descoberta trouxe à sua vida.
À medida que novos irmãos continuam a aparecer, Victoria sente que essa história está longe de acabar.