1978 é o ano que marca o nascimento do primeiro bebê por meio da Fertilização In Vitro, que desde então deu vida a mais de 8 milhões de crianças. Mas de lá para cá muita coisa mudou. E não apenas nas técnicas de reprodução assistida, mas também na forma como pensamos questões como a infertilidade. Um dos maiores avanços da área nos últimos 10 anos, por exemplo, foi a possibilidade de congelar óvulos com sucesso, visto que, com o surgimento da técnica de vitrificação em 2011, tornou-se possível que os óvulos, que são ricos em água, sejam congelados rapidamente sem a formação de cristais que podem danificar as células.

O avanço nas tecnologias, principalmente nos testes genéticos, também permitiu que os melhores embriões sejam selecionados para serem transferidos no útero, além de poderem ser cultivados em laboratório por um período maior. Como resultado, as chances de sucesso do procedimento são maiores e o risco de gestação múltipla é reduzido, pois apenas um embrião é transferido para o útero.
Além dos avanços nas técnicas de fertilização, hoje já temos mais opções para casais inférteis, como os transplantes de útero, um tratamento promissor para as mulheres que perderam o órgão ou nasceram com ausência dele, e a técnica conhecida como a microtese, que é ideal para homens que não apresentam espermatozoides no sêmen, pois permite a identificação de áreas do testículo com a melhor produção deles, possibilitando a coleta microcirurgicamente para serem utilizados em procedimentos de reprodução.
Doenças que simbolizavam o fim da fertilidade, como câncer, também já não possuem mais essa conotação, já que, com o avanço nas cirurgias conservadoras de fertilidade, os pacientes possuem mais opções. Por exemplo, a traquelectomia permite que apenas o colo do útero seja removido para tratamento de câncer cervical, o que preserva o útero para uma gravidez futura. O congelamento de tecido ovariano é outra opção para mulheres em tratamento de câncer por preservar os ovários para serem reimplantados posteriormente.
Atualmente também entendemos melhor como o estilo de vida afeta a fertilidade, o que possibilita a adoção de medidas preventivas. Por exemplo, estudos apontam que dietas saudáveis tendem a melhorar a fertilidade, enquanto dietas ricas em gorduras saturadas e trans pioram a situação. Também temos evidências de que noites de sono regulares e a prática de exercícios podem melhorar a virilidade do homem.
Colocando no papel todas as mudanças que ocorreram ao longo dos anos, é possível enxergar melhor as diversas nuances da reprodução assistida e da fertilidade. Mas a boa notícia é que não é preciso que você saiba de cor todos esses avanços, afinal, quem define as melhores opções para o casal é o especialista, de acordo com as necessidades de cada um.