No último sábado, 4 de junho, uma bebê recém-nascida morreu em parto em casa na cidade de Perth, Austrália. No momento, só estavam a mãe, o pai da criança e a doula na casa no subúrbio de Wattle Grove.
Segundo a WA Today, a criança nasceu por volta das 3 horas da manhã, porém, ficou presa no canal vaginal da mãe e não estava respirando quando saiu. Por mais que a doula seja uma profissional para dar suporte à mãe durante o parto, não é uma profissional da saúde. Por esse motivo, nenhuma das pessoas presentes pôde ajudar quando perceberam que o bebê não estava respirando.
Assim que viu que tinha algo de errado no momento, o pai começou a fazer massagem cardíaca no recém-nascida, e imediatamente ligou para os números de emergência. Os paramédicos foram apressados ao local e chegaram por volta de 10 minutos depois da ligação pedindo ajuda feita pelo pai.
A família foi levada às pressas para o hospital St John of God Midland, onde depois foi transferida ao hospital infantil Perth Children’s Hospital. Infelizmente, a recém-nascida não resistiu. Um representante do Departamento de Saúde explicou que é contra a lei uma doula fornecer qualquer tipo de tratamento ou procedimento médico durante o parto, e caso ocorresse, a multa seria de $30.000, cerca de R$146.853.
A principal executiva de obstetrícia da Australian College of Midwives, Kellie Wilton, alegou que é de extrema importância ter profissionais da saúde treinados em partos domiciliares: “Como se pode ver, nessas circunstâncias trágicas não existem profissionais da saúde treinados no local para reconhecer quando se tem um desvio do que é normal, não se tinha ninguém lá para identificar a situação de emergência previamente”. Wilton também informa: “Se uma mulher dá à luz em casa, é importante ter um profissional experiente em emergências”.
O ginecologista e obstetra, Dr. Igor Padovesi, alega que médicos e sociedades médicas não aprovam ou recomendam o parto domiciliar de forma alguma, já que o risco de haver alguma complicação é maior. Além disso, existe um aumento de três a quatro vezes de chance do recém-nascido sofrer sequelas severas e até mesmo morte.
O médico ainda complementa que o parto domiciliar não é seguro em qualquer que seja a gravidez: “O requisito mínimo é que seja uma gravidez de total baixo risco, mas mesmo assim são vários os relatos de complicações, porque é totalmente imprevisível”.