Cuidar de uma criança não é uma tarefa simples. Muitas vezes, o cansaço ou correria do dia a dia colaboram para que soluções práticas (e nem sempre pedagógicas) sejam tomadas para resolver certas situações. Usar as telas do celular, computador, tablet ou TV para distrair e acalmar o filho que está fazendo birra ou inquieto é uma delas.
Que essa prática não é muito bem vista pela ciência já é sabido, mas um novo estudo mostrou que, ao fazer isso com a criança, é possível que ela tenha ainda mais problemas com reatividade emocional no futuro.
Em uma publicação feita no início desta semana no JAMA Pediatrics, pesquisadores analisaram respostas de 422 pais e cuidadores para mostrar que, ao utilizar dispositivos para distração de meninos e meninas de 3 a 5 anos, foi percebido um comportamento desregulado das crianças em um período de seis meses.
Usar telas para lidar com frustrações diárias, como acessos de raiva que envolvem choro, gritos e até comportamentos como ficar batendo, chutando ou deitado no chão, está associado a uma maior desregulação emocional em crianças, fazendo com que elas fiquem ainda mais irritadas quando uma nova situação desagradável surgir.
Para a principal autora do estudo, Jenny Radesky, pediatra de desenvolvimento comportamental e professora associada de ciências comportamentais da Universidade de Michigan, há dois problemas quando se distrai uma criança com dispositivos digitais. O primeiro é que assim se tira a oportunidade de ensinar sobre como responder a emoções difíceis.
O segundo ponto é sobre a mensagem que se quer passar seja entendida errada, fazendo com que o menino ou menina entenda que quanto mais a criança se demonstrar irritada, maiores são as chances de conseguir o que se quer.
Qual é a solução?
A Academia Americana de Pediatria, Academia Americana de Psiquiatria Infantil e Adolescente e a Organização Mundial da Saúde também concordam que crianças de 2 a 5 anos devem ter o tempo de tela limitado.
Veja algumas dicas do que fazer na hora da birra:
- Contagem regressiva para acalmar
É difícil não se desesperar quando as crianças ficam nervosas, mas a situação pode ficar mais fácil quando você ensina a contagem regressiva. É simples: conte até 10 e controle a respiração. Isso também te garante um tempo para não ficar irritada.
- Peça um abraço
É estranho mas sempre que o seu filho se estressar, diga: “tudo bem você pedir um abraço”. “Nós começamos a fazer isso com a nossa filha e agora eu vejo que na maioria das vezes quando ela está brava, tem uma chateação escondida ali. Um abraço faz com que ela se sinta melhor, mesmo que ela esteja brava comigo. Quanto mais ela pede por isso, mais rápido o choro para”, aconselha Laura Lifshitz, escritora e mãe solo.
- Atividade calma
Geralmente, os filhos imitam as condutas dos pais. Então, em vez de brigar com o seu filho quando ele fizer uma birra, deixe-o fazer uma atividade mais calma, como ver um livro infantil, e converse sobre o porquê tal atitude é errada quando os ares estiverem mais leves.
- Cante uma canção
Quem não gosta de música? Faça o seu filho cantar algo que o agrade.
- Aperte alguma coisa
No momento da raiva, as pessoas sempre querem bater em algo e não seria diferente com as crianças. Para aliviar a raiva, dê a elas uma bolinha, daqueles de ansiedade, sabe? Ou um travesseiro velho para que elas fiquem apertando.
- Converse comigo
Como dito anteriormente, é importante que as conversas com o seu filho aconteçam. Verbalizar é essencial! Incentive-o sempre que possível a explicar o porquê da sua frustração. Ensinar os filhos a lidar com os sentimentos é parte das responsabilidade que todos recebem ao se tornarem pais.
Laura explica que ser empático não é sinônimo para ceder. É legal você compreender o porquê daquele sentimento. Além disso, ela reconhece que é legal dar um tempo para as crianças se acalmarem: “Quando uma criança está atacando, é importante deixar bem claro que aquilo não é divertido. Ter um tempo limite é aceitável para sua sanidade. Mas não deixe seu filho sozinho no chão de um shopping center, ok?”.
Confira tudo o que rolou no 14º Seminário Internacional Pais&Filhos
Cuidar de uma criança não é uma tarefa simples. Muitas vezes, o cansaço ou correria do dia a dia colaboram para que soluções práticas (e nem sempre pedagógicas) sejam tomadas para resolver certas situações. Usar as telas do celular, computador, tablet ou TV para distrair e acalmar o filho que está fazendo birra ou inquieto é uma delas.
Que essa prática não é muito bem vista pela ciência já é sabido, mas um novo estudo mostrou que, ao fazer isso com a criança, é possível que ela tenha ainda mais problemas com reatividade emocional no futuro.
Em uma publicação feita no início desta semana no JAMA Pediatrics, pesquisadores analisaram respostas de 422 pais e cuidadores para mostrar que, ao utilizar dispositivos para distração de meninos e meninas de 3 a 5 anos, foi percebido um comportamento desregulado das crianças em um período de seis meses.
Usar telas para lidar com frustrações diárias, como acessos de raiva que envolvem choro, gritos e até comportamentos como ficar batendo, chutando ou deitado no chão, está associado a uma maior desregulação emocional em crianças, fazendo com que elas fiquem ainda mais irritadas quando uma nova situação desagradável surgir.
Para a principal autora do estudo, Jenny Radesky, pediatra de desenvolvimento comportamental e professora associada de ciências comportamentais da Universidade de Michigan, há dois problemas quando se distrai uma criança com dispositivos digitais. O primeiro é que assim se tira a oportunidade de ensinar sobre como responder a emoções difíceis.
O segundo ponto é sobre a mensagem que se quer passar seja entendida errada, fazendo com que o menino ou menina entenda que quanto mais a criança se demonstrar irritada, maiores são as chances de conseguir o que se quer.
Qual é a solução?
A Academia Americana de Pediatria, Academia Americana de Psiquiatria Infantil e Adolescente e a Organização Mundial da Saúde também concordam que crianças de 2 a 5 anos devem ter o tempo de tela limitado.
Veja algumas dicas do que fazer na hora da birra:
- Contagem regressiva para acalmar
É difícil não se desesperar quando as crianças ficam nervosas, mas a situação pode ficar mais fácil quando você ensina a contagem regressiva. É simples: conte até 10 e controle a respiração. Isso também te garante um tempo para não ficar irritada.
- Peça um abraço
É estranho mas sempre que o seu filho se estressar, diga: “tudo bem você pedir um abraço”. “Nós começamos a fazer isso com a nossa filha e agora eu vejo que na maioria das vezes quando ela está brava, tem uma chateação escondida ali. Um abraço faz com que ela se sinta melhor, mesmo que ela esteja brava comigo. Quanto mais ela pede por isso, mais rápido o choro para”, aconselha Laura Lifshitz, escritora e mãe solo.
- Atividade calma
Geralmente, os filhos imitam as condutas dos pais. Então, em vez de brigar com o seu filho quando ele fizer uma birra, deixe-o fazer uma atividade mais calma, como ver um livro infantil, e converse sobre o porquê tal atitude é errada quando os ares estiverem mais leves.
- Cante uma canção
Quem não gosta de música? Faça o seu filho cantar algo que o agrade.
- Aperte alguma coisa
No momento da raiva, as pessoas sempre querem bater em algo e não seria diferente com as crianças. Para aliviar a raiva, dê a elas uma bolinha, daqueles de ansiedade, sabe? Ou um travesseiro velho para que elas fiquem apertando.
- Converse comigo
Como dito anteriormente, é importante que as conversas com o seu filho aconteçam. Verbalizar é essencial! Incentive-o sempre que possível a explicar o porquê da sua frustração. Ensinar os filhos a lidar com os sentimentos é parte das responsabilidade que todos recebem ao se tornarem pais.
Laura explica que ser empático não é sinônimo para ceder. É legal você compreender o porquê daquele sentimento. Além disso, ela reconhece que é legal dar um tempo para as crianças se acalmarem: “Quando uma criança está atacando, é importante deixar bem claro que aquilo não é divertido. Ter um tempo limite é aceitável para sua sanidade. Mas não deixe seu filho sozinho no chão de um shopping center, ok?”.