Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que cerca de 2% dos casais no Brasil são inférteis. Esse cenário faz com que a busca por tratamentos para engravidar seja constante. Uma das formas utilizadas são os medicamentos que podem acelerar o processo, porém, nem sempre são indicados exatamente para este fim.
A revista científica da American Society for Reproductive Medicine (ASRM) publicou recentemente estudos que alertam para o perigo do tratamento de infertilidade para homens e mulheres com medicação indicada para outros fins, conhecidas como off label. Parte da comunidade médica adota medicamentos originalmente desenvolvidos para outros fins.
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Para prestar atenção
Inibidores de aromatase, por exemplo, que são indicados para o tratamento de infertilidade masculina quando os motivos da infertilidade são desconhecidos, na verdade, foram desenvolvidos para o tratamento de câncer de mama e infertilidade feminina e podem ocasionar perda de libido, erupção cutânea, fadiga e sonolência. Outro exemplo é a droga dexametasona, que foi feita para tratamento de alergias, doenças dermatológicas e insuficiência renal, tem como função off label estimular a ovulação em pessoas com síndrome do ovário policístico antes da transferência do embrião em terapias de reprodução assistida. Este medicamento pode gerar acnes, ganho de peso, hipertensão, vômitos e confusão mental. É contraindicado para quem possui hipersensibilidade à fórmula.
De acordo com Flávio Garcia de Oliveira, especialista em reprodução humana da Clínica de Fertilidade FGO, um dos motivos para que essas drogas sejam receitadas desta forma é o fato de gestante e embriões não poderem ser submetidos a testes da mesma maneira que outras populações, por serem mais vulneráveis.
“Por isso, é necessário para quem deseja engravidar com esse tipo de medicamento busque tratamentos com 100% de eficácia e segurança”, alerta o especialista. Para adotar um tratamento seguro, vale a pena verificar quais os efeitos colaterais e as contraindicações desses medicamentos off label. Além disso, converse com seu médico a respeito!