Imagina descobrir que a pessoa que você chamou a vida inteira de pai, não é, de fato, o seu pai biológico. Foi isso que aconteceu com David Berry, de 37 anos de idade e Morgan Helquist, de 36 anos, moradores de Miami, nos Estados Unidos.
Em entrevista ao Good Morning America, David afirmou que a descoberta veio após a realização de um teste de DNA. “Foi doloroso saber que o médico que fez minha inseminação era o meu pai biológico”. Oi?
David e Morgan cresceram em Rochester, Nova York, porém, não sabiam que estavam ligados pelo mesmo sangue. Em 2016, a mulher fez um teste de ancestralidade e descobriu que era meia-irmã do rapaz. No entanto, o número de familiares não parou de crescer: eles descobriram que tinham mais irmãos. “Havia cinco de nós e todos nós tínhamos a mesma idade. Eu comecei a me sentir aterrorizada”, desabafou Morgam.
Após o choque, os meio-irmãos perceberam que ambos haviam sido concebidos por meio de inseminação artificial realizada pelo mesmo médico. No ano passado, eles conseguiram que a filha do Dr. fizesse um teste de DNA, que confirmou que ele era o pai de todos eles. “Eu simplesmente não conseguia entender. Foi a experiência mais louca que já tive”, disse Morgan em entrevista à ABC News.
As mães sabiam disso?
As mães de David e Morgan disseram que o médico afirmou que estava usando esperma de um estudante de medicina anônimo. “Ele teve minha permissão para usar um doador, especificamente um estudante de medicina”, disse Karen Berry à ABC News. “Ele não teve minha permissão para usar seu próprio esperma para uma doação”, reiterou.
David e Morgan ficaram extremamente abalados. “Sou o produto de algo que nunca deveria ter acontecido com uma violação inescrupulosa da ética no mínimo”, desabafou David. “Não posso escapar porque o DNA dele está em mim. O DNA dele está no meu filho. Eu luto com isso”, continuou.
Já Morgan teve uma surpresa ainda maior, porque o médico por muito tempo foi seu ginecologista. “Ele sabia o tempo todo quem ele era, e eu não. Ele tirou essa escolha para mim”, desabafou.
Fraude de fertilidade
Apenas sete estados dos Estados Unidos penalizam especificamente os médicos por fraude de fertilidade. Outros estados, como Nova York, só têm leis pendentes.
Em setembro do ano passado, Morgan entrou com um processo contra o médico, alegando que ele cometeu negligência médica ao examiná-la quando provavelmente sabia que era seu pai biológico. Porém, o médico negou as acusações.