Mãe de Davi Lucca e Valentin, Carol Dantas falou sobre equilibrar a vida de mãe, esposa e mulher nos dias de hoje, incluindo o autocuidado. Ela também relembrou as diferenças nas chegadas dos filhos, e lançou uma incrível reflexão sobre os diferentes tipos de família que estão presentes na vida dela, reforçando a importância da parceria com o marido, Vinicius Martinez, e com Neymar Jr. Foi incrível!
Como você dá conta do filho, do relacionamento e das próprias demandas sem pirar? Ou você pira?
Às vezes, eu piro, viu! Inclusive um dos maiores motivos para eu voltar para Barcelona foi porque eu dei uma pirada em São Paulo – com internet e tudo mais. Eu não estava me sentindo segura, não queria que meus filhos saíssem muito de casa, porque entrei em uma paranoia por conta da internet. Mas graças a Deus eu tive um suporte incrível da minha família, do meu marido, dos meus filhos – e estou bem e feliz!
Como você passa informação para os seus filhos sobre esse mundo digital?
Uma coisa que nós temos aqui em casa é sempre tentar passar a informação – principalmente para o Davi, porque o Valentin é muito pequeno – antes que ele vá buscar na internet ou em qualquer lugar que não seja o lar. Então a gente sempre tenta entender qual é a fase do momento para passar para ele antes que seja tarde, e ele veja o que ele quiser – porque dá para ter informação sobre tudo! Nós já tivemos momentos difíceis de tirar celular do Davi, mas ele não é uma criança que fica muito na internet.
Você tem muita dificuldade de falar “não” para o seu filho?
Olha, tenho tido algumas dificuldades (risos). Com o Davi, mesmo o pai sendo superpresente, era eu quem estava no dia a dia – e que tinha que segurar as rédeas. Ele sempre me ajudou muito, como quando eu tinha que colocar em algum castigo ou ter uma conversa mais séria, ele entrava no meio para aliviar um pouco a minha barra e eu não ser sempre chata. Hoje em dia, com o Valentin, eu sou quase sempre coração mole e a que fala “sim”. Mas é saudável! O Vini aqui em casa acaba tomando as rédeas.
Você e o Neymar vinham criando o filho de vocês e chegou o Vini, uma terceira pessoa que aparece como generosa e abdica de muitas coisas. Como foi isso?
Eu admiro demais o meu marido, porque chegar da forma que ele chegou, com a paciência que ele tem, e com o amor que ele coloca todos os dias aqui em casa é muito gratificante. Olho para ele e penso: “Caraca, acertei!”. Ele me ajudou e ajuda demais na educação, e foi aos poucos.
O que você falaria para pais que estão passando por divórcio nesse momento?
Tive um exemplo de muita maturidade na minha casa. E, no caso da minha mãe, ela sofreu muito no relacionamento com o meu pai. Mesmo assim ela sempre falava para a gente: “Vamos ter um bom relacionamento com o pai de vocês, porque ele é o pai de vocês. Não peguem raiva de nada”. E aos poucos eles construíram uma amizade e uma relação linda – como foi a minha com o pai do Davi.
E como foi a construção dessa relação de parceria com o pai do seu filho?
Sinto que a nossa relação se fortaleceu muito mais quando chegou o Vini. Porque ele sempre teve muita confiança em mim e sempre soube que eu não ia colocar qualquer pessoa dentro da minha casa. Então ele conheceu o Vini e viu que era uma pessoa maravilhosa. Por isso a gente sempre tenta ter uma relação de amizade para conversar e entender sempre o lado de um e de outro. Porque mesmo com uma relação maravilhosa, tem coisas que pensamos diferente. Mas a gente se dá muito bem, de verdade. É uma relação muito gostosa.
As suas gestações foram muito diferentes entre si? Como foi a experiência de primeira viagem?
A gravidez do Davi eu caí de paraquedas. Minha mãe me diz que parecia que eu sabia de tudo, que estava superdedicada. Mas a gravidez em si do Davi foi muito turbulenta, eu não tinha dias legais. Tive perda de líquido amniótico, tive que ficar de repouso e tudo o mais – fora a novidade e a exposição. Então eu fiquei muito sensível, chorava muito, não sabia o que ia ser da minha vida, mas ao mesmo tempo eu me sentia segura de ter o bebê e dar a vida por aquele bebê. Eu tive muito apoio não só do pai do Davi, mas principalmente da minha família.
Como surgiu a ideia do nome Davi Lucca?
Eu e o pai do Davi um dia sentamos e decidimos escolher juntos o nome do Davi. Ele falou que gostava muito do nome Matheus, mas eu já tinha um primo e muita gente próxima que se chamava Matheus. Então ele me pediu para escolher um nome para fazer composto com Lucca – que já achava lindo. Comecei a procurar, e meu pai me deu até um livro de nomes! Mas uma tia minha foi em casa fazer uma oração uma vez, e falou: “Que o Davi venha com muita saúde!”. E ficou!
E a gravidez do Valentin? Foi mais tranquila?
Foi mais leve, sabe? Eu já tinha minha família, já tinha meu outro filho. Não foi uma coisa que eu não sabia o que fazer – eu já tinha uma noção do que era, apesar de gravidez e filhos serem completamente diferentes. No Valentin, foi muito importante que eu tivesse o parto normal, porque a recuperação é muito mais rápida. Como eu tinha o Davi grande, e eu não queria trazer uma criança nova para casa e não ter tempo de fazer as coisas com ele, queria um parto que a recuperação fosse mais rápida, e foi maravilhoso.
Você teve alguma complicação no seu pós-parto?
Eu não cheguei a ter depressão pós-parto ou baby blues, mas em alguns momentos do puerpério do Davi eu me sentia triste e sozinha. Não desamparada pela minha família ou coisa do gênero, mas sentia falta de uma amizade, e de ser livre porque tinha um ser que dependia de mim o tempo todo. Na do Valentin foi mais tranquila, e inclusive eu fiz mais coisas com ele – porque na chegada do Davi teve a minha mãe, que ficou comigo o tempo todo e fazia muita coisa. Mas eu convivi com a minha irmã que teve depressão pós-parto, e é muito difícil ver alguém nessa condição. É muito triste.
Você sente culpa na maternidade? Como isso te afeta?
Eu me sinto uma mãezona. Por mais que existam vários tipos de mães, eu sinto que faço muito bem esse papel de mãezona – porque gosto muito. Amo ver eles praticando algum esporte, ou arrumar a lancheira deles. Tem dias que são cansativos, óbvio, que olho e penso ‘Meu Deus do céu, o que eu estou fazendo da minha vida!’, mas é muito gratificante, e eu gosto demais. Tenho gente que me ajuda em casa, e tem pessoas que julgam. Mas isso não quer dizer que eu largo meu filho na mão de outra pessoa ou que eu não sei o que tá acontecendo porque sou menos mãe. Tem ainda mães que precisam deixar com outras pessoas, e tá tudo bem. Isso não te torna mais ou menos mãe. São tipos de mães diferentes.
O que mudou na Carol agora que ela é mãe de dois filhos?
Ai, muita coisa! Porque as prioridades mudaram. Tem coisas que você faria agora, e você não vai fazer porque está pensando nos seus filhos, ou no futuro dos seus filhos. Então muda muita coisa, eu amadureci muito. Antes eu era uma pessoa que não pensava muito para fazer as coisas, agora tenho um pé atrás com algumas. A maternidade muda a pessoa! Eu cresci em muitos pontos da minha vida. No trabalho, eu tenho muito mais vontade de criar coisas novas porque sei que tem duas crianças que dependem de mim.
Agora que você viu o que a maternidade te trouxe, você entende o que sua mãe passou?
Com certeza! Cada vez mais eu vejo que sou mais igual a minha mãe. Tudo o que eu criticava nela, eu vejo que sou bem parecida. Comecei a ter mais paciência com a minha mãe depois que eu tive filho, porque passei a perceber que tinham coisas que eu queria dela e ela não me dava, e eu ficava chateada – mas que eram para o meu bem. Claro, eu sempre tento aprimorar a maternidade, porque tem coisas que minha mãe fazia que eu não quero fazer, mas eu sou muito parecida com ela.
Para você, família é tudo?
Com certeza. Minha família é tudo para mim. Por eles, eu faço tudo!