O empreendedorismo não é um caminho fácil, mas possível. E para mulheres e mães que partiram para esse meio, seja por vontade própria ou necessidade, muitas vezes ter um negócio próprio representa outras conquistas, como uma agenda mais flexível e independência financeira. Não à toa, 68% das donas de uma empresa hoje no Brasil começaram a empreender após a chegada dos filhos, de acordo com um levantamento da Rede Mulher Empreendedora.
Esse mercado está crescendo e tende a crescer cada vez mais. Por isso, a Pais&Filhos está com o projeto “O que elas querem”, com o objetivo de conectar essas mulheres e fortalecer a iniciativa. Conversamos com a nossa embaixadora, Carol Sandler, fundadora do Finanças Femininas e autora do livro “Dinheiro nasce em árvore?”, mãe de Beatriz, para esclarecer algumas questões. “Antes de empreender, você precisa olhar para dentro, parar para pensar qual é o problema que você quer solucionar, os seus talentos e o que você gosta de fazer”, inicia.
Siga o seu instinto no empreendedorismo
Para a especialista, a receita do fracasso no empreendedorismo é seguir o que está na moda. Se não faz parte das suas paixões e talentos, fica praticamente impossível dar certo. “Procurar um negócio, porque dá dinheiro é errado. Até porque se aquilo já está dando dinheiro, já está na moda e você perdeu o bonde”, justifica. Carol esclarece que todo negócio é de impacto, mas não se iluda: “Tem dias que você vai achar que está na crista da onda, que é a pessoa mais incrível do universo e tem dias que você irá se perguntar: ‘O que eu estou fazendo?’. É natural”, por isso ela aconselha que não se tome nenhuma decisão estratégica em nenhum dos extremos.
A embaixadora entende que para ser empreendedor é necessário perfil, otimismo, e se arriscar, porém todo mundo deve ter a semente do empreendedorismo dentro de si, mesmo que seja na empresa em que você trabalha, para poder visualizar caminhos novos dentro daquele espaço e se desenvolver profissionalmente. “Solucionar o problema de forma criativa é ser empreendedora”, acrescenta. Mas não é preciso correr. Se você não se sente ainda confortável em largar tudo e partir para algo totalmente seu, ela sugere criar algo enquanto ainda tem outro emprego.
Empreender é um processo
“Em momentos de crise, em que todo mundo está em uma insegurança grande, não largar tudo para o ar antes de empreender é uma rede de segurança. Com o tempo, você pode ver que o seu negócio tem potencial de ser o seu plano A e você faz a transição”, aponta. Essa é uma boa escolha, uma vez que abrir mão de tudo para empreender exige planejamento financeiro, ter um dinheiro reserva e um mega plano de negócio. Mas sem querer mascarar a realidade aqui. Nessa opção, será mais cansativo, você terá menos horas de sono, mas há uma maior segurança nesse início.
Mãe, mesmo com todos os planejamentos, leituras e boa vontade do mundo, terão momentos de baixa, em que você irá se questionar sobre as escolhas. Por isso, mais uma vez, Carol destaca a necessidade de não tomar nenhuma decisão estratégica durante as crises. Essa é mais uma oportunidade para fazer pesquisas, descobrir o que a concorrência está fazendo, e se reinventar. Nesse processo, a educação financeira é essencial, e não apenas no âmbito profissional, mas em todas as áreas da vida: “Quando você aprende a lidar com o dinheiro, consegue bancar as suas próprias escolhas”, e assim, seguir o caminho que você deseja!