Quanto mais cedo diagnosticar o autismo, maior é a chance de garantir qualidade de vida para as crianças que têm o transtorno. Para melhores resultados, pesquisadores buscam entender sinais que podem ajudar pais e médicos a reconhecer o problema desde cedo. Como exemplo, um novo estudo que descobriu que comportamentos alimentares estranhos podem ser um sinal de que a criança tem autismo.
Dificuldade para largar a mamadeira, hipersensibilidade à textura ou temperatura dos alimentos, recusa em aceitar mudanças na dieta, guardar alimentos no bolso em vez de comer e preferências alimentares limitadas são alguns desses sinais. De acordo com a pesquisa, feita no periódico Research in Autism Spectrum Disorders (Pesquisa em Distúrbio do Aspecto do Autismo), 70% das crianças dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresentam esses comportamentos, um número 15 vezes mais alto em comparação com crianças que não possuem autismo.
O pesquisador ainda disse que, apesar de várias crianças pequenas recusarem novos alimentos, o comportamento daquelas que possuem autismo é mais persistente, pois elas continuam sendo muito seletivas com comida e as outras vão aceitando a adição de novos alimentos mesmo que lentamente.
Por conta disso, os especialistas recomendam que os pais levem os filhos ao médico caso percebam esses comportamentos, assim, podem realizar os exames necessários para o diagnóstico. Os sinais podem aparecer a partir do primeiro ano de vida.
Para terem essa conclusão, os pesquisadores estudaram o comportamento alimentar de 2.000 crianças e parte dos participantes já tinham sido diagnosticados com autismo, transtorno déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou outros transtornos de desenvolvimento. Outros foram caracterizados sem nenhuma condição neurológica.
A equipe notou que todas as crianças com diagnóstico mostraram algum comportamento alimentar incomum, porém apenas os autistas apresentaram uma combinação de dois ou mais. “O estudo forneceu mais evidências de que esses comportamentos alimentares incomuns são a regra e não a exceção para crianças com autismo“, disse Williams.
O diagnóstico precoce do autismo permite que a criança inicie o tratamento com um analista de comportamento, que ajuda a melhorar os hábitos do autista, como aceitar algumas mudanças na alimentação para que seja possível manter uma boa dieta.
Aprenda a identificar os primeiros sinais do autismo
Mais de dois milhões de brasileiros apresentam autismo, sendo 600 mil crianças e adolescentes. Cada um tem características e necessidades diferentes. De acordo com Gustavo Teixeira, fundador do CBI (Child Behavior Institute), especialista em saúde mental infantil e psico educação, o que há em comum entre eles é que quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais eficiente será o tratamento e menores as limitações.
A partir dos dois anos de idade é possível identificar os primeiros sinais do autismo. “Se a criança não fala, não aponta para objetos e não olha nos olhos dos pais, ela precisa ser avaliada por um médico”, alerta o especialista. Ainda não existem exames de laboratório para efetuar o diagnóstico, a avaliação é clínica e o tratamento envolve terapia, fonoaudiologia e mediação escolar. Por isso o conhecimento é muito importante para que os pais e os demais envolvidas com essa criança como professores e profissionais de saúde possam melhor ajudar no seu desenvolvimento. “A informação diminui o preconceito e faz com que as pessoas busquem ajuda e tenham ferramentas para lidar com o autismo”, comenta João Roberto Magalhães, também fundador do CBI of Miami.
Child Behavior Institute of Miamitem cursos, online, sobre transtornos de comportamento infantis e da adolescência.Você poderá ser treinado por especialistas que abordam as novidades sobre essas patologias, suas características, o impacto na vida das famílias e quais são os tipos de tratamentos.
Dez mil alunos já foram certificados pelo CBI of Miami. A mensalidade é acessível e está com um preço promocional, durante agosto, de R$ 27 ao mês para alguns cursos. “O ambiente virtual permite um treinamento de alta qualidade a um preço baixo. Desde o pai ou professor que mora em cidade pequena ao médico que não consegue se locomover para um evento presencial, todos têm acesso”, diz Teixeira.