O casal Priscila Machado e Marcel Mira se relacionaram por 16 anos, no entanto, após esse tempo, eles se apaixonaram pela assistente social Regiane Gabarra. Os três eram amigos, mas em uma conversa reveladora, decidiram virar um trisal (relacionamento entre três pessoas). Agora, esperam juntos um bebê que deve nascer até o fim de abril. No entanto, se preparam para entrar na Justiça, a fim de conseguirem o direito de registrar o a criança no nome dos três. O trisal é de Bragança Paulista, interior de São Paulo.
A Priscila e o Marcel era um típico casal padrão evangélicos, com casamento na igreja e a expectativa de um filho no futuro. No entanto, dado momento, as duas mulheres se conheceram no ambiente corporativo. Logo em seguida, manifestaram interesse mutuo.
“Cresci em lar cristão, então não explorei a minha sexualidade. Achei que era isso e pedi que no nosso aniversário de casamento eu e meu marido fizéssemos sexo a três, com uma mulher a mais. A ideia ali era acabar com essa ‘curiosidade’, mas não foi bem assim (…) A gente passou alguns meses ficando juntos nós três, tentando evitar. Até que eu cheguei em meu marido e disse que amava ele, mas que estava apaixonada por ela. No mesmo momento, ele disse que sim e ela nos confessou que também queria manter o relacionamento com os dois. Foi quando começamos nossa família”, disse Priscila em entrevista ao G1.
Eles começaram a morar juntos e já estão em um relacionamento sério há três anos e meio. Os filhos de Priscila e Marcela aceitaram a nova mãe (Regiane). Elas seguem a regra de não manterem relações com o Marcel em separado.
Após longos três anos de relacionamento, eles decidiram ter um filho, sonho de maternidade de Regiane. Para que isso fosse possível de acontecer, a Priscila e Marcel se divorciaram e ele fez uma inseminação artificial – ele já tinha feito vasectomia antes de conhecer Regiane). No momento, eles estão na expetativa de nascimento do Pierre, que deve nascer até o fim de abril.
Eles conseguiram que o Hospital Santa Casa permitisse dois acompanhantes. Agora, o único detalhe que falta é o registro da criança. A lei brasileira não reconhece o relacionamento a três e não teria como registra um recém-nascido com duas mães. Após o nascimento do Pierre, eles vão acionar a Justiça solicitando o reconhecimento de responsabilidade socioafetiva, fazendo que que a Priscila também seja responsável pela criança.
“A gente quer garantir que nosso filho tenha os pais que ele de fato tem, não queremos ofender ninguém”, finalizou Regiane.